quinta-feira, 26 de outubro de 2017

Beleza

Beleza




Mas a beleza também traz consigo o pesado tributo da inveja, da cobiça, da vaidade e do orgulho.

Mesmo assim, todos a queremos. Faz parte da natureza humana desejar sobressair-se, destacar-se por algo que os demais não têm.

Por isso estendemos nosso desejo de beleza física para parceiros, filhos, roupas, casa, jardim, objetos. Queremos beleza em tudo, a toda hora. E rejeitamos automaticamente o que consideramos feio.

Mas, o que é a beleza física? Um corpo perfeito, um rosto adorável? Cabelos brilhantes? Tudo isso é tão passageiro.

O corpo envelhece e um dia morrerá.

Cuidar do corpo é fundamental, mantê-lo limpo, bem cuidado, é dever de todos nós. Mas não precisamos transformar o corpo no centro absoluto de nossa atenção.

E como vemos isso acontecer, não é? Tanta gente que permanece horas sem fim em academias, gastando muito dinheiro em cirurgias plásticas, lipoaspirações, remédios para emagrecer, cremes para retardar o envelhecimento.

Uma saudável vaidade não é condenável. Querer estar bem, não afrontar os demais com uma aparência maltratada é o ideal. Mas há um limite para os exageros. E esse limite por vezes é ultrapassado.

O problema que isso tudo gera é que, ao fim da vida, o que será  daquele cuja atenção total estava no corpo?

É por isso que vemos gente que envelhece atormentada, sem aceitar a própria idade, sem conseguir ser feliz. Há tantos que sofrem por causa da musculatura flácida, das rugas e da perda de viço da pele.

Mas sofrer por isso não parece desnecessário?

Sim. Devemos evitar cultivar o sofrimento em qualquer circunstância, especialmente por causa de um corpo que está destinado a desaparecer, voltar ao pó.

E, no entanto, a beleza da alma – que ficará para todo o sempre – raros se lembram de cultivar.

Essa beleza esplêndida, que se manifesta em gestos de amor, em palavras gentis, em paciência, doçura e serenidade.

Acredite: as atitudes afetuosas são os cremes que retiram a fealdade espiritual. São as cirurgias plásticas que restauram a beleza moral. Elas são o nosso principal investimento para o futuro.

Mas não pense que as coisas são simples como um estalar de dedos. Para exercitar a beleza da alma é necessário mais do que uma simples vontade. É preciso disciplina. E muito importante é ter os olhos voltados para algo além da vida na Terra.

Se você observar cuidadosamente, verá que a maioria das pessoas se prende demais aos valores materiais. A sensação que se tem é que a curta vida na Terra é o centro de toda atenção da maioria da Humanidade.

Raros são os que fixam seu  pensamento em Deus e buscam agir de acordo com as leis criadas por Ele.

Esses encaram  a vida na Terra somente como uma passagem. Por isso eles trabalham, agem, relacionam-se com as pessoas, mas têm profunda consciência de que tudo é passageiro e impermanente.

Viver assim tem suas dificuldades. Primeiro, porque a sedução da Terra é muito grande. Os prazeres, condições e sensações materiais têm apelos muito fortes.

Eles nos atraem, prendem e nos mantêm atados às cadeias das paixões e alegrias momentâneas.

Assim, os que desejam cultivar a beleza da alma devem ter disciplina porque precisam estar focados nos valores imortais da vida para perceber a prisão que é a vida terrena, para não se deixar aprisionar pela ilusão corporal.

Esses, com os olhos postos nas estrelas, sabem que a vida é muito mais que a carne do corpo, que fazemos parte do imenso Plano Divino, onde a única beleza que importa é a do Espírito que vive para o bem.



Pense nisso!

sexta-feira, 20 de outubro de 2017

Subconsciente é um ‘executivo’ do pensamento



O subconsciente ocupa 80% da mente e ele executa todas as ordens que enviamos para ele através de nossos pensamentos. Ele é como um executivo e não questiona se o que enviamos para ele através dos pensamentos é bom ou não para nós.
Desse modo, ao longo dos anos, fomos entulhando nosso subconsciente com muita negatividade, medos, sentimentos de culpa, baixa-estima. Está armazenado em nossa mente subconsciente muito mais do que sabemos porque este conteúdo está oculto devido à agitação de nossa mente consciente.
Através dos pensamentos determinamos o que sentimos e como vemos o mundo. Portanto, é muito importante reprogramar o subconsciente; limpar os condicionamentos, informações, experiências anteriores e emoções que estão armazenadas e que impedem de sermos mais felizes, saudáveis e autênticos.
As pessoas se tornam escravas de desejos, de pensamentos negativos que geram doenças, frustrações e autopunição. Elas se sentem fracas e acham que o negativo tem mais poder e sempre vence. Não têm consciência que isto acontece apenas porque têm repetido, com insistência, os mesmos pensamentos que geram emoções e sentimentos negativos. Daí a necessidade de purificar e apagar os velhos padrões negativos da mente e do subconsciente que têm sido alimentados há muito tempo.
Através do relaxamento profundo e meditação podemos desenvolver as potencialidades da camada subconsciente e purificar os padrões mentais negativos e impressões vibratórias de eventos passados. É uma terapia que transforma e nos liberta de mágoas e tristezas do passado.

Reprograme seu subconsciente


Pratique diariamente alguns minutos de relaxamento.
Deite-se confortavelmente, feche os olhos e relaxe todo o seu corpo, sentindo-o da cabeça aos pés.
Se quiser, pode ouvir uma música bem relaxante que vai criando ondas alfa, bem tranquilas em seu cérebro.
Não faça nada, apenas permita-se relaxar. Leve sua atenção a cada área de seu corpo alternadamente: cabeça, nuca, rosto, pescoço, ombros, braços, mãos, tronco, costas, quadris, pernas e pés; e vai assim tomando consciência do corpo. Ao mover sua atenção mental pelo corpo, sinta-o relaxando e descansando.
Libere conscientemente as tensões que estava carregando.

Acompanhe a respiração e deixe que ela se estabilize num ritmo natural e regular. Perceba o movimento do ar entrando e saindo do seu corpo. Sinta que ao expirar, o corpo fica mais pesado, e ao mesmo tempo leve e relaxado.
Sinta-se pleno no momento presente. Desfrute desse momento e dessa sensação de paz. Goste de estar em sua própria e boa companhia.
Quando estiver bem relaxado, pode escolher uma frase de afirmação pessoal, positiva, simples e curta que você gostaria de alcançar em sua vida. O poder da afirmação traz a auto-cura e vai transformando você para melhor.
Nesse estado sereno, a mente absorve as informações que você lhe enviar como uma esponja e assim, você pode reprogramar seu subconsciente.
Você pode mudar seus padrões mentais antigos, repetindo silenciosamente, algumas vezes, frases de afirmação como:

“Todos os dias, sob todos os aspectos e sentidos, eu vou indo cada vez melhor e melhor. E assim será”.
“Eu me amo, eu me aceito. Eu me vejo com os olhos do amor. Eu melhoro cada dia mais”.
Ou frases de afirmação como: “Eu sou forte, forte, forte. Faço parte de Deus. Deus é força e estou cheio de força”. Esta afirmação é absorvida e armazenada em sua mente subconsciente e você aciona o poder interior sentindo coragem, firmeza e força interior.
Sinta o poder do apaziguamento. Sinta como o relaxamento faz você deslizar para dentro, lhe trazendo uma sensação de bem-estar e calma.
E volte do relaxamento sentindo-se livre e contente. Espreguice gostoso. Suspire, boceje. Abra os olhos. E leve esse sentimento de tranquilidade para sua vida diária.

Essas autossugestiones feitas com o corpo e mente bem calmos e relaxados têm muita força e, com a prática constante, o subconsciente vai ficando permeado desta idéia. Você começa a gostar mais de si mesmo, a se valorizar, a descobrir suas qualidades e habilidades. Isto lhe ajudará a desenvolver suas potencialidades e talentos.
O relaxamento é importante para o processo curativo. Você vai conseguindo a cura emocional e física, pois o corpo e a mente estão sempre conectados.
Com essa prática de interiorização, você encontra o apoio interno que vai lhe ajudar nos momentos mais difíceis e a superar os obstáculos, encontrando as respostas para suas dúvidas em seu interior. Você vai fluindo mais facilmente pelo oceano da vida com confiança e fé.
Transforme-se para melhor


Acredite na sua capacidade de mudar. É tão fácil pensar um pensamento agradável como um pensamento desagradável. Eles requerem a mesma quantidade de energia mental.
Depende de nós o que permitimos que a mente pense. Mesmo que você ache que os pensamentos fogem ao seu controle, é você que escolhe seus pensamentos. Além de purificar os padrões mentais negativos, não desenvolva novamente esses padrões que lhe aprisionavam e tiravam sua felicidade.
Contemple os ensinamentos do Yoga:
Por que pensar tanto?
Para que se atormentar com tantos pensamentos?
Porém, como diz os grandes mestres, se quer pensar, pelo menos pense pensamentos bons e elevados. Repita silenciosamente o mantra ‘Om Namah Shivaya’, no mesmo ritmo de sua fala. Repita o mantra várias vezes ao dia. Esta prática tem o poder de lhe acalmar e esvaziar sua mente. Você pode também repetir mentalmente várias vezes: “Eu sou a presença de Deus em ação”.

A energia positiva de seus pensamentos é como um tratamento. Naturalmente, com sua constância de construir uma mente positiva, ocorre um processo de auto cura.As doenças psicossomáticas começam a se dissolver, seu corpo fica mais saudável, sua mente se torna mais clara com mais discernimento e calma.
Compreenda que seu poder está em escolher seus pensamentos e suas palavras e que nossos pensamentos são criativos e geram nossas experiências.

Entenda que você é seu próprio inimigo quando alimenta pensamentos negativos e é seu próprio amigo quando escolhe pensar positivo.
Escolha pensamentos que incentivam, elevam e lhe dão apoio. Pense bem de você mesmo e dos outros e perceba como esta nova atitude traz a tranquilidade da mente.
Quando problemas e dificuldades surgirem, extraia disto algumas lições. Agradeça também as coisas difíceis e desafios porque através deles você adquire maturidade e sabedoria. Mantenha a alegria e serenidade através da gratidão, da despreocupação, da aceitação.
Seja gentil e bondoso com você mesmo. Você pode optar por ser mais paciente, compreensivo e sereno. Entenda que você merece ser alegre e feliz.
Fique em paz!

quarta-feira, 18 de outubro de 2017

O bem e o mal, na visão dos filósofos.




Mais um artigo organizado pelo nosso companheiro SÉRGIO BIAGI GREGÓRIO, ex-presidente do Centro Espírita Ismael, e atual Secretário Geral. Neste artigo, temos os pontos e a visão dos filósofos no tema abordado no artigo anterior, que está publicado logo abaixo.

O Bem e o Mal Segundo Alguns Filósofos – por Sérgio Biagi Gregório -   Abra o livro da História da Humanidade, em qualquer parte, e verá esta pergunta repetida inúmeras vezes: Que é o bem e que é o mal?  Existe uma medida absoluta, final e inquestionável do bem e do mal, que tivesse sido estabelecida desde os tempos primórdios, e permaneça até não existir mais o tempo? Para alguns a resposta está nos Dez Mandamentos; para outros, depende das condições de tempo e lugar.
Vejamos a posição dos seguintes filósofos:
Heráclito – nós vemos os opostos (bem e mal) è Deus vê harmonia.
Demócrito – a bondade não é uma questão de ação; depende do desejo interior do homem. O homem bom não é o que pratica o bem, mas o que deseja praticá-lo sempre.
Protágoras – "O homem é a medida de todas as coisas" è Cada um tem o direito de determinar, por si, o que é o bem e o que é o mal. è CAOS
Sócrates – o mais elevado bem que se pode medir tudo é o conhecimento.
Platão – o mundo dos sentidos, doutrinava ele, é irreal, transitório e mutável. Eis o mal. O verdadeiro mundo das idéias puras e imutáveis é o do bem.
Aristóteles – o bem é a atitude racional para com as sensações e os desejos.
Estóicos – o mais alto bem do homem está em agir em harmonia com o mundo.
Santo Agostinho – o mal é ausência do bem, da mesma maneira que as trevas são a ausência da luz.
Abelardo – justiça e injustiça de um ato não estão no ato em si, porém na intenção de quem o pratica.
Santo Tomás de Aquino – o mais elevado bem é a concretização de si mesmo conforme Deus ordenou.
Thomas Hobbes (materialista) – aquilo que agrada ao homem é bom e o que lhe causa dor ou desconforto é ruim.
Espinosa – o esforço de se preservar é um bem; o que entrava esse esforço é um mal.
Kant – se o agente pratica o ato com boas intenções, respeitando as leis morais, o ato é bom.
Fonte: FROST JR., S. E. Ensinamentos Básicos dos Grandes Filósofos. São Paulo: Cultrix,
(sbg/out.2012)

A importância das "vibrações".




Vibrações curadoras  - Vibrações de Amor e Fé curam os males físicos e espirituais, todos temos condições de amenizar a dor do outro ou a nossa própria dor, basta que façamos vibrações positivas e de coração àqueles que necessitam da nossa ajuda, com certeza seremos  atendidos pela Providência Divina.


Jesus que foi o maior médico de todos, curou apenas com seu amor e devotamento ao próximo e deixou a nós seus irmãos este ensinamento maravilhoso, mas poucos sabem utilizar-se dessa dádiva, porque ainda somos pequeninos diante de tanta grandeza benéfica, nos sentimos inseguros diante da doença ou das dificuldades que são inerentes ao nosso fortalecimento e crescimento espiritual.


Somos capazes de promover maravilhas através de nossas vibrações de amor e carinho, por isso a importância de estarmos com nosso coração aberto para dar e receber as bençãos que nos são enviadas através das preces que oferecemos ao Alto a nosso favor ou a favor de alguém.

Viva intensamente as vibrações positivas que são designadas a você através de pensamentos e sentimentos salutares, diante de tantos benefícios que as vibrações curadoras nos dão, não temos o direito de desperdiçar nossas forças com sentimentos pequenos e com pensamentos negativos, devemos sim agradecer a oportunidade da mudança consciente e da ajuda constante ao nosso próximo, pois necessitamos uns dos outros para avançarmos positivamente na evolução da vida.

As Vibrações e Nós  - As vibrações são parte integrante da nossa existência, no corpo físico ou no espírito, tudo que pensamos ou sentimos são vibrações, que podem ser positivas ou não. Diante disso, devemos estar alerta e vigilantes quanto ao que estamos pensando ou sentindo, porque poderemos trazer muitos transtornos a nós mesmos.
Quando estamos vibrando paz, amor e serenidade, percebam que tudo a nossa volta segue tranquilamente e com equilíbrio, nosso corpo responde positivamente a todos esses sentimentos benéficos, mas se estivermos angustiados, com raiva, com ódio e mágoa percebam que tudo entra em desequilíbrio, tornando a vida muito mais difícil do que ela realmente é.
Devemos diariamente rever nossas atitudes e nossos pensamentos para não entrarmos em sintonia com sentimentos que só nos trarão dificuldades. Se neste momento você estiver passando por alguma dificuldade, veja como anda seu pensamento e o que está desejando ao seu próximo e verás como as vibrações que emitimos tem tudo a ver com que estamos passando.Portanto vigiar pensamentos e sentimentos é nosso dever, porque através deles poderemos buscar nossa felicidade e harmonia ou nosso desespero e frustração.
Quando estiver com maus pensamentos e sentimentos, busque na prece o remédio para aliviar seu coração e sua mente. Lembrem-se que as vibrações que emitimos podem modificar nossa vida,  só depende de nós.
Vibrações de Amor - Quando estamos num estado emocional equilibrado e livre dos pensamentos menores, nos tornamos mais sensíveis ao chamamento das vibrações positivas que rondam o Universo e que são proporcionadas pelos benfeitores espirituais que trabalham  incessantemente pela harmonia e a paz entre todos os povos.


E para a Espiritualidade Maior não existe a distinção de nenhum conceito social ou material, vale apenas o amor que temos em nosso coração.  É muito importante que tenhamos sempre pensamentos elevados, quando emanamos amor recebemos as dádivas de doar esse sentimento tão único e sublime, nos tornamos melhores e assim conseguimos dar aos nossos semelhantes toda nossa compreensão e carinho.


Na atualidade onde tudo parece muito tumultuado, não percebemos que por muitas vezes abandonamos as vibrações de amor para vibrarmos a impaciência e a intolerância, nos tornando assim,frios e insensíveis às dores do outro. Para não abandonarmos as vibrações de amor, devemos nos manter vigilantes quanto ao que estamos vivenciando diariamente e como estamos nos comportando diante das dificuldades que nos procuram.

Tatuagens e piercings na visão espírita.

Com autorização ao autor, publicamos abaixo um importante tema desenvolvido pelo nosso companheiro JORGE HESSEN (*), analisando um modismo que se intensificou mais ainda nos últimos anos. Tirem as suas conclusões, divulgue e mande comentários.
Alguém nos questionou se se usar uma tatuagem na pele teria influência sobre o perispírito. Há dirigentes de casas espíritas advertindo que todas as pessoas que fizeram ou pensam em gravar tatuagens ou usar piercings, automaticamente estarão em processo de obsessão. Alguns cristãos baseiam-se nas Antigas Escrituras, onde encontramos advertência aos israelitas de "que não deveriam marcar o corpo, fazer cicatrizes com açoites como autoflagelo, por nenhum motivo.".(1)

Referências bibliográficas:
(1)    Levítico 19.28; Deuteronômio 14.1-2.
(2)    Xavier, Francisco Cândido e Vieira , Waldo. Evolução em dois mundos, ditado pelo Espírito André Luiz, Rio de Janeiro, Ed. FEB, 1959
(3)    Xavier, Francisco Cândido. Nosso Lar, ditado pelo Espírito André Luiz, Rio de Janeiro: Ed. FEB, 1955 


Conhecemos líderes espíritas convictos de que pessoas que tatuam o corpo inteiro ou o enchem de piercings são espíritos primários que ainda carregam lembranças intensas de experiências pretéritas, sobretudo dos tempos dos bárbaros, quando belicosos e cruéis serviam-se dessas marcas na pele para se impor ante os adversários.

Positivamente não identificamos pontos de caráter prático no uso de tatuagens, especialmente se a lesão imposta ao próprio corpo for por mero capricho. Isso sim, refletirá invariavelmente no perispírito, já que, sendo o corpo físico (templo da alma) um consentimento divino para nossas provas e expiações, devemos mantê-lo dignamente protegido e saudável. Entretanto, será que o uso de piercings e tatuagens sobrepujam qualidades morais? Quem pode penetrar na intimidade do semelhante e saber o que aí ocorre?

Sob a percepção histórica, a tatuagem é uma técnica ancestral que se esvai na memória cultural das civilizações. Antigamente eram aplicadas para marcar o corpo de um escravo com o símbolo do proprietário. Gravavam-se os corpos das prostitutas com o emblema de um reino, governo ou estado. Servia também para estigmatizar o corpo da mulher adúltera. Ainda hoje é tradição o seu uso no corpo de príncipes de tribos beduínas, africanas e das ilhas do pacífico.
Presentemente, servem para marcar o corpo de membros de gangues, grupos de atletas esportistas (surfe, motociclismo), "beatniks" (movimento sociocultural nos anos 50 e princípios dos anos 60 que subscreveram um estilo de vida antimaterialista, na sequência da 2.ª Guerra Mundial.), hippies, roqueiros e alastrados principalmente entre jovens comuns dos dias de hoje.

Os que se tatuam devem procurar identificar seus motivos íntimos. Recordemos que o corpo é o templo do Espírito e não nos pertence, portanto, é importante preservá-lo contra agressões que possam mutilar a sua composição natural. Há os que usam vários brincos, piercings e outros adereços. Haveria a mutilação espiritual por causa desses apetrechos? Talvez sim, provavelmente não! O certo é que o perispírito é efetivamente lesado pela defecção moral, desequilíbrio emocional que leva a suicídios diretos e indiretos; vícios físicos e mentais, rancores, pessimismos, ambição, vaidade desmesurada, luxúria.

Esfola-se o corpo espiritual todas as vezes que se prejudica o semelhante através da maledicência, da agressividade, da violência de todos os níveis, da perfídia. Destarte, analisado por esse prisma, os adereços afetam menos o corpo perispirítico. Principalmente porque na atualidade muitos desses adornos que ferem o corpo físico podem ser revertidos, já na atual encanação, e naturalmente não repercutirá no tecido perispiritual.

André Luiz elucida que o perispírito não é reflexo do corpo físico; este é que reflete a alma. "As lesões do corpo físico só terão, pois, repercussão no corpo espiritual se houver fixação mental do indivíduo diante do acontecido ou se o ato praticado estiver em desacordo com as leis que regem a vida.".(2) As tatuagens e as pequenas mutilações que alguns indivíduos elaboram como forma de demonstrar amor a exemplo de alguém que grava o nome do pai ou da mãe no corpo de modo discreto não trariam, logicamente, os mesmos efeitos que ocorreriam com aqueles que se tatuam de modo resoluto, movimentados por anseios mais grosseiros.
Curiosamente, muitas pessoas, retornando ao plano espiritual, podem optar pelo uso dos adornos aqui discutidos. Segundo o autor do livro Nosso Lar, "os desencarnados podem, sob o ponto de vista fluídico, moldar mentalmente e de maneira automática, no mundo dos Espíritos, roupas e objetos de uso e gosto pessoal. Destarte, é perfeitamente possível, embora lamentemos, que um ser no além-túmulo permaneça condicionado aos vícios, modismos e tantas outras coisas frívolas da sociedade terrena.".(3)

No que concerne às tatuagens especificamente, por ser um tipo de insígnia permanente, pode, sem dúvida, ocasionar conflitos mentais. A começar na atual encarnação, quando chega a ocasião em que o tatuado se arrepende, após ter mudado de idéia, em relação à finalidade da tatuagem. Concebamos que seja o apelido, sobrenome, o desenho ou algum emblema de alguma pessoa que já não estima, não ama ou qualquer outra silueta que já não aceita em seu corpo. Então, o que era um mero enfeite, culmina cansando a estética e torna-se um problema particular de complexa solução.

Então, por que a pessoa se permite tatuar? Nas culturas primitivas se usavam tatuagens com finalidades mágicas, para evocar a interferência de divindades, para o bem ou o mal. Hoje é, para muitos indivíduos, uma espécie de ritual de passagem, envolvendo a integração num grupo. Pode ser também de identificação. Pela tatuagem a pessoa está dizendo algo de si mesma.

Nas estruturas dos códigos espíritas não há espaços para proibições. Não obstante, a Doutrina dos Espíritos oferece-nos subsídios para ponderação a fim de que decidamos racionalmente sobre o que, como, quando, onde fazer ou deixar de fazer (livre-arbítrio). Evidentemente que não é o uso de tatuagens que retratará a índole e o caráter de alguém. Todavia, não podemos perder de vista que alguns modelos de tatuagens, com pretextos sinistros, podem ser classificados (sem anátemas) como censuráveis e inadequados para um cristão de qualquer linhagem.

Nesse contexto, é importante compreender a pessoa de forma integral. As características anunciadas no corpo são resultados de seus estados mentais, reflexos das experiências culturais, aprendizados e interpretação de mundo. Como dissemos, o Espiritismo não proíbe nada e fornece-nos as explicações para os fenômenos psíquicos. Assim sendo, as recomendações doutrinárias não combatem, porém conscientizam! Não são indiferentes aos dramas existenciais e demonstram como edificar e marchar no mais acautelado caminho.

Dissemos que o uso piercings e outros adereços e da própria tatuagem por si só não caracteriza alguém com ou sem moralidade. Investiguemos porém as causas dessas atitudes. Quais sãos os anseios, os sonhos, as crenças dos que cobrem seus corpos com tais marcas? Tatuagens, piercings, são estágios transitórios. Importa alcançar, porém, se tais indivíduos estão mutilados psíquica, emocional e espiritualmente. O que os conduz muitas vezes a despedaçar a barreira da ponderação e do juízo? Por que atentam contra si submetendo-se a dores e sofrimentos incompreensíveis? Para uns o motivo é o modismo. Outros, todavia, ainda se acham atrelados a costumes de outras existências físicas e trafegam do mundo inconsciente para o consciente, derivando na transfiguração do corpo biológico.

Perante questões controversas, as mensagens kardecianas buscam na intimidade do ser o seu real problema. Convidam-nos ao autoconhecimento e ao estágio do auto-aprimoramento. Sugere-nos sensatez, autoestima, altivez, comedimento e a busca incessante de Deus, o Exclusivo Ente, que facultara-nos completar de contentamento e paz de consciência."

Jorge Hessen

sábado, 14 de outubro de 2017

CORAGEM PARA MUDAR

Muitos dos conflitos que afligem o ser humano decorrem dos padrões de comportamento que ele próprio adota em sua jornada terrestre. É comum que se c opiem modelos do mundo, que entusiasmam por pouco tempo, sem que se analisem as conseqüências que esses modos comportamentais podem acarretar. Não se tem dado a devida importância ao crescimento e ao progresso individual dos seres. Alguns crêem que os próprios equívocos são menores do que os erros dos outros. Outros supõem que, embora o tempo passe para todos, não passará do mesmo modo para eles. Iludem- se no sentido de que a severidade das leis da consciência atingirá somente os outros. Embriagados pelo orgulho e pelo egoísmo deixam- se levar pelos desvarios da multidão sem refletir a respeito do que é necessário realmente buscar- se. É chegado o momento em que nós, espíritos em estágio de progresso na T erra, devemos procurar superar, de forma verdadeira, o disfarçado egoísmo, em busca da inadiável renovação. Provocados pela perversidade que campeia, ajamos em silênc io, por meio da oração que nos resguarda a tranqüilidade. Gastemos nossas energias excedentes na atividade fraternal e voltada à verdadeira c aridade. Cultivemos a pac iência e aguardemos a benção do tempo que tudo vence. Prossigamos no c ompromisso abraçado, sem desânimo, sem vãs ilusões, confiando sempre no valor do bem. É muito fácil desistir do esforço nobre, comprazer- se por um momento, tornar- se igual aos demais, nas suas manifestações inferiores. Todavia, os estímulos e gozos de hoje, no campo das paixões desgovernadas, caracterizam- se pelo sabor dos temperos que se convertem em ácido e fel, passados os primeiros momentos. Aprendamos a controlar nossas más inclinações e lograremos vencer se perseverarmos no bom combate. Convertamos sombras em luz. Modifiquemos hábitos danosos, em qualquer área da existência, começando por aqueles que pareç am mais fáceis de serem derrotados. Sempre que surgir a oportunidade, façamos o bem, por mais insignificante que nosso ato possa parecer. Geremos o momento útil e aproveitemo- lo. Não nos c abe aguardar pelas realizações grandiosas, e tampouco podemos esperar glorificação pelos nossos acertos. O maior reconhecimento que se pode ter por fazer o que é certo é a consciência tranqüila. T oda ascensão exige esforço, adaptação e sacrifício, enquanto toda queda resulta em prejuízo, desenc anto e recomeço. Trabalhemos nossa própria intimidade, vencendo limites e obstác ulos impostos, muitas vezes, por nó mesmos. Valorizemos nossas conquistas, sem nos deixarmos embevecer e iludir por essas vitórias. Há muitas paisagens, ainda, a percorrer e muitos caminhos a trilhar. Somente a reforma íntima nos concederá a paz e a felicidade que almejamos. A mudança para melhor é urgente, mas compete a c ada um de nós, corajosa e individualmente, decidir a partir de quando e c omo ela se dará. 
 livro Vigilância, de Divaldo Pereira Franco, pelo Espírito Joanna de Ângelis)

quarta-feira, 11 de outubro de 2017

Reviravoltas na vida

O QUE SEUS GUIAS ESPIRITUAIS QUEREM LHE DIZER

GUIAS
Os guias espirituais são ajudantes espirituais adoráveis, e todos nós temos. Eles podem nos dar visão de qualquer situação e ajudar‐nos a criar uma vida mais alegre.
Como um médium, eu comecei a comunicação com guias espirituais há mais de 20 anos atrás. Nesse tempo, eu tenho compartilhado milhares de mensagens que canalizo do reino espiritual para ajudar as pessoas a ganharem mais clareza sobre suas vidas.
Aqui estão quatro mensagens que guias espirituais querem que você saiba para ajudar a tornar sua vida mais fácil e pacífica:
1. Você é suficiente do jeito que é
Muitos de nós estamos focados em constantemente nos esforçarmos para sermos melhores. Queremos ser pessoas, pais e cônjuges melhores. Queremos ser mais ricos e mais fortes, mais sábios e mais bonitos.
Esforçar‐se para melhorar é ótimo, mas os seus guias espirituais querem que você saiba que você é suficiente. Enquanto você cresce, se desenvolve e explora a vida, lembre‐se de apreciar quem você é agora. Você é uma bela alma divina, fazendo o melhor que pode em sua vida. Isso é o suficiente.
2. Tudo está te ajudando de alguma forma
Cada pessoa e acontecimento em sua vida irão ajudá‐lo de alguma forma, você percebendo ou não. Dos trabalhadores que constroem as ruas, como você se dirige até a mulher irritante no trabalho … tudo está te ajudando de alguma maneira.
Ao encontrar uma situação ou pessoa dificil, seus guias espirituais sugerem que você pergunte: “Como isto está me ajudando?” Em seguida, pare um tempo para ouvir seu interior e permitir que a resposta venha até você. Você vai se surpreender com quanta Paz e clareza pode sentir sobre uma situação anteriormente indesejável, uma vez que percebe como, em última análise, ela está te ajudando.
3. Há sempre tempo para VOCÊ
Você costuma se sentir apressado? Você sente que quando termina sua lista de coisas a fazer, não há tempo de sobra para você? Você se preocupa em ser muito velho, ou não ter tempo suficiente para fazer grandes mudanças em sua vida?
Os guias espirituais querem que você saiba que não há pressa. Você não perdeu tempo e não está se movendo muito lentamente. Tudo acontece no tempo divino, e há tempo de sobra para você fazer tudo o que quer em sua vida. Quando você se sentir apressado, respire fundo e lembre‐se: “Há sempre tempo para mim.”
4. Você é amado
A mensagem mai s importante que os guias espirituais têm para você é que você é amado. Todos nós temos momentos em que nos sentimos sozinhos ou como se carregássemos o peso do mundo sobre nossos ombros. Você pode liberar esse fardo autoimposto, lembrando que os seus guias espirituais estão sempre lá nos bastidores te ajudando. Peça por sua ajuda, confie que você vai obter as respostas e assistência que precisa e saiba que você não está sozinho. Você é amado imensamente, em cada momento de cada dia.
Mensagens de guias espirituais são sempre amorosas e irão ajudá‐lo a ver sua situação de uma perspectiva mais positiva

TIRADENTES E A VISÃO ESPÍRITA

Tiradentes2
A história tradicional que o homem conhece tem as características de contar os fatos acontecidos com os povos no mundo observando-se o lado material do ocorrido.
Com o Espiritismo aprendemos a conhecer a história vista do lado espiritual, pois grande parte dos acontecimentos registrados no mundo tem suas origens no mundo espiritual.
Através de obras de autores espirituais, por meio das mãos abençoadas de médiuns de extrema confiança, aprendemos um pouco daquilo que a história nos conta e que estão intimamente ligados aos desejos das entidades superiores que comandam nosso planeta.
Estudemos um pouco o 21 de Abril na história.
No dia 21 de abril de 1792, numa manhã de sábado, Tiradentes percorreu em procissão as ruas do centro do Rio de Janeiro, desde a cadeia pública até o patíbulo onde foi enforcado. Foi uma longa encenação para que o público presente nunca mais pensasse em inconfidência.
Joaquim José da Silva Xavier foi enforcado, no largo da Lampadosa, Rio de Janeiro e depois de esquartejado teve seus despojos pendurados em postes nas Minas Gerais.
O desejo de libertação das garras de Portugal havia sido bradado nas Minas Gerais, devido ao despotismo e tirania com que o povo era tratado. A riqueza da capitania estava sendo levada para outras plagas enquanto os trabalhadores morriam na miséria. Tiradentes e outros inconfidentes lutaram para libertar o Brasil dessa ignomínia. Presos, somente Tiradentes foi enforcado. Os outros inconfidentes foram degredados.
A espiritualidade nos conta que Tiradentes, tão logo desencarnou, foi recebido pelo Espírito Ismael, que é o mentor espiritual do Brasil, e que o mesmo lhe disse que estava pagando naquele resgate os tributos que havia adquirido quando fora um inquisidor.
Tiradentes seguiu por uma estrada luminosa que se abriu no céu e assim, afastado do local do suplício, não contemplou o esquartejamento de seu corpo.
Tempos depois ele auxilia na montagem do cenário para a independência do Brasil, sendo que no dia do grito do Ipiranga, no famoso “Independência ou Morte” ele estava junto ao Imperador Dom Pedro I.
Transcorreram trinta anos desde a sua morte na forca e a emancipação política do Brasil. Se no corpo carnal Tiradentes não conseguiu a tão almejada independência, em Espírito ele esteve presente em todas as nuances até o ato final. Conseguia assim o Espírito Tiradentes libertar o Brasil do poderio de Portugal para que pudesse construir o seu futuro livremente a partir de 07 de setembro de 1822.
No próximo dia 21, comemoraremos os 221 anos da desencarnação de Tiradentes, o Mártir da Inconfidência Mineira, que morreu enforcado no Rio de Janeiro. Como se sabe, ele liderou o movimento formado pelos Inconfidentes, cujo objetivo era o de emancipar politicamente o Brasil de Portugal. Os delatores da Inconfidência, porém, levaram o plano ao então governador de Minas Gerais. Presos, Tiradentes no Rio de Janeiro e os demais membros da conspiração em Vila Rica, foi aberto o inquérito que os condenou à morte. Durante a leitura da peça condenatória, os infelizes sentenciados passaram as mais recíprocas recriminações, diante da fraqueza moral de que eram possuídos.
Mas, no dia seguinte, a Rainha de Portugal, D. Maria I, modificou a pena de morte dos Inconfidentes pela extradição para desoladas regiões africanas, com exceção do líder Joaquim José da Silva Xavier. Ele seria enforcado, conservando-se o cadáver insepulto e esquartejado, para servir de exemplo aos que planejassem traições à Coroa Portuguesa.
Relata o Espírito Humberto de Campos, no livro Brasil Coração do Mundo – Pátria do Evangelho, na psicografia de Chico Xavier, que Tiradentes revestiu-se de supremo heroísmo. Seu coração sentiu alegria sincera pela expiação cruel que somente a ele fora reservada. Ao morrer na forca, Tiradentes foi cercado pelas falanges invisíveis de Ismael, Guia Espiritual do Brasil, e sua alma edificada foi recebida por este elevado mensageiro do Mestre Jesus, que lhe disse: “Irmão querido, resgatas hoje os delitos cruéis que cometeste quando te ocupavas da função de inquisidor, nos tempos passados. Redimiste o pretérito obscuro e criminoso, com as lágrimas do teu sacrifício em favor da Pátria do Evangelho…”.
Ismael esclarecia ao Espírito Tiradentes que, ao morrer enforcado, a lei de “ação e reação” havia sido exercida, de acordo com os ensinamentos de Jesus, ao enunciar que “a cada um será dado segundo as suas próprias obras”. Afinal, Deus sempre dá ao espírito culpado a oportunidade de reencarnar e reparar os erros cometidos em encarnações anteriores.

QUEM FOI O ESPÍRITO DE DOM PEDRO II E COMO ESTE ESPÍRITO CONHECEU JESUS

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Existem pouquíssimos relatos acerca da vida do soldado romano que perfurou Jesus. O seu nome era Longinus. Ele tinha um problema ocular no qual dificultava sua visão, e para que ninguém soubesse do seu problema de visão, e nem coloca-lo para fora do exercito romano, ele procurava lutar sem medo e com destreza tinha força e velocidade em sua lança. E com o passar do tempo, perto de se aposentar, foi enviado para Jerusalém para designar seu último serviço como comandante de guarda. Seu nome Longinus é derivado do grego que significa “uma lança”, é referido como tendo sido o soldado romano que perfurou Jesus com uma lança (Jo 19,34), ou como o centurião que, na crucificação, reconheceu Jesus como “o filho de Deus” (Mt 27,54; Mc 15,39; Lc 23,47)
Durante o percurso do calvário Longinus escutou alguns homens do Sinédrio comentar que os joelhos de Jesus deveriam serem quebrados, pois, as profecias diziam que o messias não teria nenhum osso quebrado (Salmo34:20 – Êxodo12:46), e também pelo fato de que ao pôr do sol iria iniciar-se o Shabat, para que os corpos dos condenados não profanassem o dia santo, assim os seus joelhos deveriam serem quebrados para apressar a morte e para que a profecia não fosse cumprida. Longinus escutando tal conversa ficou indignado com tal perversidade articulada contra um homem humilde, já com o corpo abatido, e sem ter realizado nenhuma reclamação ou revolta estando em tal situação.
Então, no momento de quebrarem os joelhos dos crucificados, Longinus vai até Jesus, e assim para comprovar-lhe o óbito sem a necessidade dos seus joelhos serem quebrados como queria o Sinédrio, perfurou-lhe o corpo com uma lança. O líquido saído do corpo de Jesus bateu nos olhos do Longinus, curando-o instantaneamente da sua grave doença ocular, e também o curando na alma, pois atribui-se a ele as palavras de um soldado presente na hora da morte de Jesus: “Verdadeiramente este homem era o filho de Deus.” Depois desse fato Longinus converteu-se e abandonou o exercito romano.
Após abandonar o exercito romano por causa de sua conversão, Longinus fugiu para Cesárea e, depois, Capadócia, na atual Turquia. Mas, foi descoberto pelo Governador da Capadócia e denunciado a Pôncio Pilatos. No processo, foi acusado de desertor e condenado a pena de morte. Se ele renunciasse à sua fé em Jesus Cristo seria perdoado. Mas, ele se manteve firme e não renegou Jesus. Por isso, foi torturado, teve seus dentes arrancados e sua língua cortada. Depois, foi decapitado.
Longinus foi canonizado santo pela Igreja Católica no ano de 999, pelo Papa Silvestre II. tendo recebido o nome de São Longuinho.
Depois desta vida, Longinus reencarnou várias vezes, a última sendo como o imperador Dom Pedro II.
Definitivamente proclamada a independência do Brasil, o guia espiritual do Brasil, Ismael, leva a Jesus o relato de todas as conquistas verificadas, solicitando o amparo do seu coração compassivo e misericordioso para a organização política e social do Brasil.
Corriam os primeiros messes de 1824, encontrando-se a emancipação do pais mais ou menos consolidada perante a metrópole portuguesa. Os estadistas topavam com dificuldades para a organização estatal da terra do Cruzeiro. A constituição, depois de calorosos debates e dos famosos incidentes dos Andradas, incidentes que haviam terminado com a dissolução da Assembleia Constituinte e com o exílio desses notáveis brasileiros, só fora aclamada e jurada, justamente naquela época , a 25 de março de 1824. Nesse dia, findava a mais difícil de todas as etapas da independência e o coração inquieto do primeiro imperador podia gabar-se de haver refletido, muitas vezes, naqueles dias turbulentos, os ditames dos emissários invisíveis, que revestiram as suas energias de novas claridades, para o formal desempenho da sua tarefa nos primeiros anos de liberdade da pátria.
Recebendo as confidencias de Ismael, que apelava para a sua misericórdia infinita, considerou o Senhor a necessidade de polarizar as atividades do Brasil num centro de exemplos e de virtudes, para modelo geral de todos. Assim, Jesus chamou Longinus à sua presença, e falou com bondade:
– Longinus, entre as nações do orbe terrestre, organizei o Brasil como coração do mundo. Minha assistência misericordiosa tem velado constantemente pelos seus destinos e, inspirado a Ismael e seus companheiros do Infinito, consegui evitar que a pilhagem das nações ricas e poderosas fragmentasse o seu vasto território, cuja configuração geográfica representa o órgão do sentimento no planeta, como um coração que deverá pulsar pela paz indestrutível e pela solidariedade coletiva e cuja evolução terá de dispensar, logicamente, a presença continua dos meus emissários para a solução dos seus problemas de ordem geral. Bem sabes que os povos tem a sua maioridade, como os indivíduos, e se bem não os percam de vista os gênios tutelares do mundo espiritual, faz-se mister se lhes outorgue toda a liberdade de ação, a fim de aferirmos o aproveitamento das lições que lhes foram prodigalizadas. Sente-se o teu coração com a necessária fortaleza para cumprir uma grande missão na Pátria do Evangelho?”
– Senhor – respondeu Longinus, num misto de expectativa angustiosa e de refletida esperança – bem conheceis o meu elevado propósito de aprender as vossas lições divinas e de servir à causa das vossas verdades sublimes, na face triste da Terra. Muitas existências de dor tenho voluntariamente experimentado, para gravar no íntimo do meu espírito a compreensão do vosso amor infinito, que não pude entender ao pé da cruz dos vossos martírios no Calvário, em razão dos espinhos da vaidade e da impenitência, que sufocam, naquele tempo, a minha alma. Assim, é com indizível alegria, Senhor, que receberei vossa incumbência para trabalhar na terra generosa, onde se encontra a árvore magnânima da vossa inesgotável misericórdia. Seja qual for o gênero de serviço que me forem confiados, acolherei as vossas determinações como um sagrado ministério.
– Pois bem – redarguiu Jesus com grande piedade – essa missão, se for bem cumprida por ti, constituirá a tua última romagem pelo planeta escuro da dor e do esquecimento. A tua tarefa será daquelas que requerem o máximo de renúncias e devotamentos. Serás imperador do Brasil, até que ele atinja a sua perfeita maioridade, como nação. Concentrarás o poder e a autoridade para beneficiar a todos os seus filhos. Não é preciso encarecer aos teus olhos a delicadeza e sublimidade desse mandato, porque os reis terrestres, quando bem compenetrados das suas elevadas obrigações diante das leis divinas, sentem nas suas efêmeras um peso maior que o das algemas dos forçados. A autoridade, como a riqueza, é um patrimônio terrível para os espíritos dos seus grandes deveres. Dos teus esforços se exigirá de meio século de lutas e dedicações permanentes. Inspirarei as tuas atividades; mas, considera sempre a responsabilidade que permanecerá nas tuas mãos. Ampara os fracos e os desvalidos, corrige as leis despóticas e inaugura um novo período de progresso moral para o povo das terras do Cruzeiro. Institui, por toda parte do continente, o regime do respeito e da paz, e lembra-te da prudência e da fraternidade que deverá manter o país nas suas relações com as nacionalidades vizinhas. Nas lutas internacionais, guarda a tua espada na bainha e espera o pronunciamento da minha justiça, que surgirá sempre, no momento oportuno. Fisicamente consideradas, todas as nações constituem o patrimônio comum da humanidade e, se algum dia for o Brasil menosprezado, saberei providenciar para que sejam devidamente restabelecidos os princípios da justiça e da fraternidade universal. Procura aliviar os padecimentos daqueles que sofrem nos martírios do cativeiro, cuja abolição se verificará nos últimos tempos do teu reinado. Tuas lides terminarão ao fim deste século, e não deves esperar a gratidão dos teus contemporâneos; ao fim delas, serás alijado da tua posição por aqueles mesmos a quem proporcionares os elementos de cultura e liberdade. As mãos aduladoras, que buscarem a proteção das tuas, voltarão aos teus palácios transitórios, para assinar o decreto da tua expulsão do solo abençoado, onde semearás o respeito e a honra, o amor e o dever, com lágrimas redentoras dos teus sacrifícios. Contudo, amparar-te-ei o coração nos angustiosos transes do teu último resgate, no planeta das sombras. Nos dias da amargura final, minha luz descerá sobre os teus cabelos brancos, santificando a tua morte. Conserva as tuas esperanças na minha misericórdia, porque se observares as minhas recomendações, não cairá uma gota de sangue no instante amargo em que experimentares o teu coração igualmente trespassado pelo gládio da ingratidão. A posteridade, porém, saberá descobrir as marcas dos teus passos na Terra, para se firmar no roteiro da paz e da missão evangélica do Brasil.
Longinus recebeu com humildade a designação de Jesus, implorando o socorro de suas inspirações divinas para a grande tarefa do trono.
Ele nasceria no ramo enfermo da família dos Braganças; mas, todas as enfermidades tem na alma as suas raízes profundas.
Foi assim que Longinus preparou a sua volta à Terra, depois de outras existências tecidas de abnegações edificantes em favor da humanidade, e, no dia 2 de dezembro de 1825, no Rio de janeiro, nascia de Dona Leopoldina, esposa de D. Pedro, aquele que seria no Brasil o grande imperador e que, na expressão dos seus próprios adversários, seria “o maior de todos os republicanos de sua pátria.”
No fim da sua vida, D. Pedro II, que já houvera perdido a esposa, que estava abandonado, esquecido, num modesto quarto de hotel, longe da pátria e dos amigos protegidos pelo boníssimo monarca. Mas tudo isso não conseguia “turva-lhe a majestática serenidade de ânimo” e apenas levou-o a mandar buscar do Brasil um caixotinho de terra, talvez da mesma terra da sua vivenda em Petrópolis; só a uns dois ou três amigos íntimos revelou o motivo daquela encomenda, que era: repousar a cabeça depois de morto! Sendo este o conteúdo do seu belíssimo e perfeito soneto: Terra do Brasil.
Depois, alquebrado pela moléstia e pela velhice, expulso da pátria como um réprobo, privado de tudo quanto amava, no modestíssimo Hotel Bedford, à rua de l’Arcade, 17, em paris, faleceu o ex-imperador do Brasil a 5 de dezembro de 1891. Suas derradeiras palavras foram estas: “Nunca me esqueci do Brasil. Morro pensando nele. Deus o proteja.”
Fonte: Livro – Brasil, Coração do Mundo – Pátria do Evangelho. Pelo espírito Humberto de Campos. Psicografia de Francisco Cândido Xavier.
Livro – Chico Xavier D. Pedro II e o Brasil.