terça-feira, 14 de fevereiro de 2017

JESUS O HOMEM QUEM MAIS DEFENDEU AS MULHERES

As mulheres freqüentemente foram silenciadas, controladas, diminuídas e tratadas como subumanas nas mais diversas sociedades humanas. Todavia, houve um homem que lutou sozinho contra o império do preconceito. Ele foi incompreendido, rejeitado, excluído, mas não desistiu dos seus ideais. Ninguém apostou tanto nas mulheres como ele. Fez das prostitutas rainhas, e das desprezadas, princesas. Muitos dizem que ele é o homem mais  famoso da história, mas poucos sabem que foi ele quem mais defendeu as mulheres. Seu nome é Jesus Cristo, o Mestre dos Mestres na arte de viver.
Nos tempos de Jesus os homens adúlteros não sofriam punição severa. Todavia, a mulher adúltera era arrastada em praça pública, suas vestes rasgadas e, com os seios à mostra, eram apedrejadas sem piedade. Enquanto sangravam e agonizavam, pediam compaixão, mas ninguém as ouvia.
Certa vez uma mulher foi pega em adultério. Arrancaram-na da cama e a arrastaram centenas de metros até o lugar em que Jesus se encontrava. A mulher gritava “Piedade! Compaixão!”, enquanto era arrastada; suas vestes iam sendo rasgadas e sua pele sangrava esfolando-se na terra.
Jesus estava dando uma aula tranqüila na frente do templo. Havia uma multidão ouvindo-o atentamente. Ele lhes ensinava que cada ser humano tem um inestimável valor, que a arte da tolerância é a força dos fortes, que a capacidade de perdoar está diretamente relacionada à maturidade das pessoas. Suas idéias revolucionavam o pensamento humano, por isso começou a ter muitos inimigos. Na época, os judeus constituíam um povo fascinante, mas havia um pequeno grupo de radicais que passou a odiar as idéias do Mestre.
Quando trouxeram a mulher adúltera até ele, a intenção era apedrejá-lo juntamente com ela, usá-la como isca para destruí-lo. Ao chegarem com a mulher diante dele, a multidão ficou perplexa. Destilando ódio, comentaram que ela fora pega em flagrante adultério e perguntaram qual era a sentença dele.
Se dissesse “Que seja apedrejada”, ele livraria a sua pele, mas destruiria seu projeto transcendental, seu discurso e principalmente seu amor pelo ser humano. Se dissesse “Não a matem!” ele e a mulher seriam imediatamente apedrejados, pois estaria indo contra a tradição daqueles radicais.
Qual foi a primeira resposta do Mestre diante desse grave incidente? Quem não tem pecado atire a primeira pedra!? Não! Essa foi a segunda resposta. A primeira foi não dar resposta, foi o silêncio.
Só o silêncio pode conter a sabedoria quando a vida está em risco. Para o Mestre dos Mestres, aquela mulher, ainda que desconhecida, pobre, esfolada, rejeitada publicamente e adúltera, era mais importante do que todo o ouro do mundo, tão valiosa como a mais pura das mulheres. Era uma jóia rara, que tinha sonhos, expectativas, lágrimas, golpes de ousadia, recuos, enfim, uma história fascinante. Valia a pena correr riscos para resgatá-la.
Jesus precisava mudar a mente dos acusadores, mas nunca ninguém conseguiu mudar a mente de linchadores. O “eu” deles era vítima das janelas do ódio, não eram autores da sua história, queriam ver sangue. O que fazer, então?
jesus_mulher
Ao optar pelo silêncio, Jesus optou por pensar antes de reagir. Ele escrevia na areia, porque escrevia no teatro da sua mente. Talvez dissesse para si mesmo: “Que homens são esses que não enxergam a riqueza dessa mulher? Por que querem que eu a julgue, se eu quero amá-la? Por que, em vez de olhar para os erros dela, não olham para seus próprios erros?”
O silêncio inquietante de Jesus deixou os acusadores perplexos, levando-os a diminuir a temperatura da raiva, da tensão, oxigenando a racionalidade deles.
Então, finalmente, ele se levantou. Fitou os fariseus nos olhos  e disse: Quem não tem pecado atire a primeira pedra, como se dissesse: Matem a mulher, todavia, antes de apedrejá-la, mudem a base do julgamento, tenham a coragem de ser transparentes e enxergar as suas falhas, erros e contradições. Esse era o sentido de suas palavras.
Os fariseus receberam um choque de lucidez com as palavras de Jesus. Deixaram de ser vítimas do instinto de agressividade e passaram a gerenciar suas reações. O homo sapiens prevaleceu sobre o homo bios, a racionalidade voltou. O resultado é que eles saíram de cena. Os mais velhos saíram primeiro porque tinham acumulado mais falhas ao longo da vida ou porque eram mais conscientes delas.
Jesus olhou para a mulher e fez uma delicada pergunta: “Mulher, onde estão seus acusadores? Em primeiro lugar, ele chamou a adúltera de “mulher” deu-lhe o status mais nobre, o de um ser humano. Ele não perguntou com quantos homens ela dormira. Para o Mestre dos Mestres, a pessoa que erra é mais importante do que seus próprios erros. Aquela mulher não era uma pecadora, mas um ser humano maravilhoso. Em segundo lugar, perguntou: “Onde estão os seus acusadores? Ninguém a acusou?”
Ela respondeu: “Ninguém.” Ele reagiu: “Nem eu.” O homem que mais defendeu as mulheres não a julgou, mas compreendeu; não a excluiu, mas a abraçou.
O homem que mais defendeu as mulheres não parou por aí. Sua última frase indica o apogeu da sua humanidade, o patamar mais sublime da solidariedade. Ele disse para a mulher: “Vá e refaça seus caminhos”.
Jesus tinha todos os motivos para dizer: “De hoje em diante, sua vida me pertence, você deve ser minha discípula.” Os políticos e autoridades usam seu poder para que as pessoas os aplaudam e gravitem em sua órbita. Mas Jesus, apesar de seu descomunal poder sobre a mulher, foi desprendido de qualquer interesse. “Vá e revise a sua história, cuide-se. Mulher, você não me deve nada. Você é livre!”
Jesus a despediu, mas ela não foi embora porque o amou. E, por amá-lo, o seguiu para sempre, inclusive até os pés da cruz, quando ele agonizava. Talvez essa mulher tenha sido Maria Madalena.
A base fundamental da liberdade é a capacidade de escolha, e a capacidade de escolha só é plena quando temos liberdade de escolher o que amamos.
Augusto Cury

APRENDI COM O MESTRE

Aprendi com o Mestre dos Mestres que a arte de pensar é o tesouro dos sábios. Aprendi um pouco mais a pensar antes de reagir, a expor – e não impor – minhas idéias e a entender que cada pessoa é um ser único no palco da existência.
Aprendi com o Mestre da Sensibilidade a navegar nas águas da emoção, a não ter medo da dor, a procurar um profundo significado para a vida e a perceber que nas coisas mais simples e anônimas se escondem os segredos da felicidade.
Aprendi com o Mestre da Vida que viver é uma experiência única, belíssima, mas brevíssima. E, por saber que a vida passa tão rápido, sinto necessidade de compreender minhas limitações e aproveitar cada lágrima, sorriso, sucesso e fracasso como uma oportunidade preciosa de crescer.
Aprendi com o Mestre do Amor que a vida sem amor é um livro sem letras, uma primavera sem flores, uma pintura sem cores. Aprendi que o amor acalma a emoção, tranquiliza o pensamento, incendeia a motivação, rompe obstáculos intransponíveis e faz da vida uma agradável aventura, sem tédio, angústia ou solidão. Por tudo isso Jesus Cristo se tornou, para mim, um Mestre Inesquecível

AUTO COMPAIXÃO

Refletir sobre nossas dificuldades pessoais nos auxiliam em nossa
 ascensão espiritual bem como nos ajudam a avaliar atitudes afim de evitá-las  no futuro ou a corrigi-las o quanto antes.
 
Quando, porém, o individuo elege a posição de vítima da vida, assumindo a condição de autopiedade, encontra-se a um passo de perturbações emocionais. A mente pode tornar-se um cárcere sombrio ou ter asas de liberdade conforme a influência de nossos pensamentos e emoções.
 
O cultivo da autocompaixão, mediante reclamações em torno de acontecimentos da vida, demonstrando insatisfação pode converter-se
em uma alegria ilusória, realizando um mecanismo de valorização pessoal,
cujo desvio comportamental plenifica o ego.
 
Todo aquele que se faculta da autocompaixão neurótica é portador de insegurança, de complexo de inferioridade, que disfarça, recorrendo, inconscientemente, às transferências de piedade por si mesmo,
sem qualquer respeito pelas demais pessoas.
 
Desenvolve os sentimentos de indiferença pelos problemas dos outros, fechando se no seu circulo vicioso e masoquista.
No seu atormentado ponto de vista, somente a sua situação é dolorosa,
digna de apoio e solidariedade. E quando as expressões de Socorro
 lhe são dirigidas, recusa-as a fim de permanecer na postura
de infelicidade que o torna feliz.
Aquele que se entrega a autocompaixão, nunca se satisfaz com o que tem,
com o que é, com os valores de que dispõe.
Não raro, encontra-se bem mais privilegiado do que a maioria
das pessoas no seu grupo social; no entanto,
reclama e convence-se da desdita que imagina,
encarcerando-se no sofrimento e exteriorizando mal-estar a volta
com que contamina as pessoas que o cercam.
Os grandes vitoriosos do mundo lutaram com tenacidade para romper
os problemas, as enfermidades, os desafios.
Não nasceram fortes; tornaram-se vigorosos no fragor
das batalhas travadas. Não se detiveram na lamentação,
porque investiram na ação o tempo disponível.
Bethoven continuou compondo, e com mais beleza, após a sua surdez.
Chopin, tuberculoso, deu seguimento às músicas ricas de ternura,
entre crises de hemoptises. Mozart, na miséria, traduziu para os ouvidos humanos as belas melodias que lhe vibravam na alma…
Epícteto, escravo e doente, filosofava estóico.
Deostenes, gago, recorreu a seixos na praia, colocando os sobre a língua,
para corrigir a dicção. Steinmetz aleijado, contribuiu para o
 engrandecimento da química….
Franklin Rooseelt, vitimado pela poliomielite tornou-se Presidente
dos EUA e colaborou grandemente para a paz mundial durante a 2º Guerra. Hellen Keller, cega, surda e muda, comoveu o mundo com a sua coragem, cultura e amor a Deus, ao próximo, à vida e a si própria.
A galeria é expressiva e iluminada.
Quando se mantem a autocompaixao, extermina-se o amor,
não se amando, nem tampouco a ninguém. Quem de si se compadece,
recusa-se crescer e não luta, estagiando na amargura
com a qual se compraz.
Não sejamos vitimas de nós mesmos nos entregando a autocompaixão.  Devemos aprofundar meditações em torno de nossas aflições e
problemas a fim superá-las, rechaçando a autocompaixão
sem consideração para que a saúde mental, harmonia interior
e a vitória seja uma constante em nossas vidas.
Joanna de Angelis

quarta-feira, 8 de fevereiro de 2017

SUCESSO E FRACASSO

O homem tem necessidade de enfrentar desafi­os. São eles que o impulsionam ao crescimento, ao desenvolvimento de suas aptidões e potencialidades, sem o que permaneceria sem objetivo, relegando-o ao letargo, à negação da própria mecânica da vida que se expressa como evolução.
A medida que se lhe vai operando o amadure­cimento psicológico, mais amplas perspectivas sur­gem nas suas paisagens mentais em forma de aspi­rações que se transformam em lutas motivadoras da existência. Cada etapa vencida faculta novos rumos a percorrer e o seu transcurso é realizado a esforço que o ideal do sucesso propõe. A princípio são me­tas próximas, não obstante se possam ambicionar outras mais expressivas, mesmo que remotas, po­rém prenunciadoras de vitórias imediatas.
O que está próximo e fácil não constitui grande desafio nem forte motivação para ser conseguido, pois sucede com mínimo esforço, deixando, quando logrado, um certo travo de frustração.
Enquanto se acalentam ambições nos padrões da realidade do possível, se vive motivado para prosse­guir. O seu desaparecimento faz-se morte existenci­al. Dessas objetivações realizáveis surgem projetos mais audaciosos, considerados então impossíveis, que a tenacidade e a inteligência ao esforço conseguem alcançar.
A conquista da roda inicialmente mudou a fase do planeta. A fundição dos metais, a eletricidade e suas inumeráveis aplicações alteraram completamen­te o mundo terrestre, que deixou de ser conforme se apresentava para ressurgir com aspecto totalmente novo. Os desafios do micro e do macrocosmo, que estão sendo vencidos, alteram, com os recursos avan­çados da ciência e da tecnologia, a cultura, a civili­zação e a vida nas suas diversas expressões.
Certamente, a precipitação emocional, as graves patologias orgânicas, psicológicas e psíquicas, algu­mas resultado dos atavismos e das fixações ances­trais, não permitiram, por enquanto, que se instale na sociedade a felicidade, nem no próprio indivíduo a harmonia, o prazer não agressivo nem extravagan­te. A morbidez que campeia tem-nos dificultado.
Apesar dos sucessos conseguidos em muitos se­tores, outros permanecem obscuros, aguardando. Pas­sos audaciosos já foram dados, favorecendo o bem-estar e ampliando os horizontes existenciais.
Lenta, mas seguramente, o homem sai da caver­na, tem sucesso ao diminuir as sombras por onde transita e desenha um radioso futuro. Os vestígios de barbarismo, o predomínio da natureza animal, a perseverança da apatia, vão sendo substituídos pe­los anelos de liberdade, pelos ideais de auto-iluminação, de progresso, de amor, que se lhe desdobram no imo como um hino de alegria, uma saudação estuante de júbilo, um êxito em relação às condições hostis e às tendências perturbadoras.
Saturado do habitual aspira pelo inusitado. Apai­xonado pelo bom, pelo nobre, pelo belo liberta-se, a esforço que supera a vulgaridade, o tédio, o ego do­minador. Harmoniza o Self com o Cosmos e busca integração no conjunto geral, sem perda de identi­dade, nem de individualidade.
O sucesso é sempre o prêmio para quem luta e aspira por ascensão, poder, destaque. Não se tratam de buscas egóicas, mas de instrumentos de uso para conseguir a vigência dos ideais.
O poder é ferramenta neutra. A aplicação que lhe é dada responde pelos efeitos que produz. Pro­porciona os meios hábeis para as realizações, abrin­do portas e ensanchas, a fim de que a vida se torne mais significativa.
Ter, possuir para manter-se com dignidade, em segurança econômica, social, emocional, é um senti­do existencial através do qual se harmonizam algu­mas necessidades psicológicas.
Qualquer tipo de carência aflige, e quando se faz pronunciada, expressando-se em um meio social ou em uma situação econômica angustiante leva a crises desestruturadoras do comportamento.
O sucesso significativo, porém, se expressa como a atitude de equilíbrio entre o conseguir e o perder. Nem sempre todas as respostas da luta são positi­vas, de triunfo. O fracasso, desse modo, faz parte integrante do comportamento da busca. Não se de­ter, quando por ele visitado, retirar a lição que encerra, analisar os fatores que o produziram, a fim de que não se repita, e recomeçar, quantas vezes se faça necessário, eis a forma de torná-lo um sucesso ver­dadeiro.
A rebelião ante a sua ocorrência, a desestrutura­ção íntima, a perda do sentido da luta, além de cons­tituírem prejuízo emocional, representam fracasso real. O insucesso de um cometimento pode tornar-se experiência que predispõe ao triunfo próximo.
Na estratégia bélica, vencer a guerra é a meta, e não somente ganhar batalhas. O importante e essen­cial, no entanto, é sair vitorioso na luta final, aquela que define o combate.
O homem de sucesso ou de fracasso exterior deve vigiar o comportamento íntimo para detectar como se encontra realmente, e remanejar a situação.
Produzir a harmonia entre o eu superior e o ego é que realmente representa sucesso ideal


Joanna de angelis do Livro amor imbativel amor

Momentos de Alegria

O Espírito foi criado por Deus para a paz, o amor, a felicidade.
Destinado à plenitude, avança, nem sempre de passo firme e resolução forte, tropeçando nos problemas e desafios, complicando a marcha e estagiando em sendas escabrosas.
Partindo do instinto para a razão, nele predominam, no começo, os impulsos primários que se manifestam frequentemente, carreando, para o processo evolutivo, futuros sofrimentos que lhe cumpre superar.
Assim, mais facilmente enfrenta dores e angustias, qual lavrador se vê constrangido a arrotear a terra ingrata, vencida por espinheiros e pedregulhos, que lhe exigem redobrados esforços, ferindo-se, tombando, até o momento da florescência e do frutescer da semeadura que realiza.
Estas horas são horas severas, assinaladas por desequilíbrio de várias procedências. Campeia a ambição que alicia o crime, espalhando medo, ansiedade e o desamor. Os homens sentem-se a nós, entristecidos e angustiados. Tem-se a impressão que há predominância do mal com desprezo pelos valores éticos, culturais e sociais com largos milênios de civilização;
O homem estertora.
A desconfiança se amplia.
A amargura multiplica os portadores de depressão.
A ternura passa a ser plano secundário, e o júbilo segue lugar ao pessimismo.
Há, entretanto, mil motivações para alegria.
O nascer do sol e o cair da tarde; a paisagem marinha e o desafio montanhoso; o desabrochar das flores; os fenômenos gloriosos da natureza, a infância confiante; a velhice dependente; a enfermidade desamparada são convites à beleza, à alegria do serviço em favor da vida.
Uma mensagem de esperança; um livro de educação e consolo; uma tela de arte; uma melodia penetrante e evocativa; uma obra representativa da vida são poemas em louvor da alegria, que não podem ser desprezados;
Tudo na Terra convida à meditação, à gratidão, à alegria, mesmo a dor transitória que termina por ceder lugar à saúde em triunfo.
Assim pensando, reunimos neste pequeno livro vinte mensagens convidativas à renovação interior, ao esclarecimento, propiciando momentos de alegria.
Os momentos de alegria devem ter prevalência sobre os outros de tristeza, de desencanto.
Fixa na mente e insculpe os sentimentos os teus momentos de alegria, por menores, mais breves que sejam.
Esses espaços, que concedes à alegria, formarão a sinfonia da felicidade que te envolverá sempre, ao longo do teu caminho libertador.
O Apóstolo Tiago, conforme anotação no capítulo cinco, versículo treze da sua epístola, propõe: - Está alguém alegre? Cante louvores.
Canta louvores à alegria por conheceres o bem, o amor e a verdade, deixando-te penetrar pela meridiana e dulcificante mensagem da alegria em nome de Jesus.
Joanna de Ângelis

AUTO AMORwmv

segunda-feira, 6 de fevereiro de 2017

Conquista da Sabedoria

A sabedoria é bênção que não chega total e completa para ninguém.
No transcurso das diversas existências cada Espírito desenvolve a escala de valores morais que lhe cumpre atender, harmonizando o conhecimento com o sentimento, o intelecto com a emoção, a razão com a bondade.
Trata-se de um empreendimento de longo e demorado curso, que se origina interiormente e se expande preenchendo os espaços mentais e emocionais do ser.
Ninguém é o que aparenta.
A sabedoria encontra-se em germe em todos os indivíduos, aguardando os fatores que lhe propiciem a exteriorização das possibilidades latentes, que se transformarão em atitudes e comportamentos superiores.
Semelhante a uma semente, é invisível o seu fanal, que o tempo desvela e permite agigantar-se, alcançando a finalidade essencial.
Quem contemple uma semente, jamais poderá perceber o milagre que oculta.
Ninguém vê o vegetal em que se transformará, as flores que espocarão perfumadas, os frutos saborosos ou não que se apresentarão multiplicados, as futuras sementes…
Imprescindível esperar que os fatores mesológicos e a intimidade do solo façam brotar a plântula que oculta, a fim de tornar-se a realidade que se encontra adormecida.
Na juventude, quando irrompem as energias dominadoras, a arrogância predomina em a natureza humana, tornando o indivíduo, não raro, exigente, intolerante, agressivo. À medida que as experiências exornam o caráter com paciência, a sabedoria se apresenta nas suas primeiras manifestações, que podem ser identificadas como humildade, gentileza, compreensão, tolerância…
Essa operação ocorre no ser interior, que se torna compassivo e generoso, por compreender que as criaturas são diferentes e transitam em níveis de desenvolvimento intelecto-moral muito diversificados.
Muitas vezes, é dolorosa, porque exige humildade e coragem para reconhecer-se quando se está errado e se deve pedir desculpas.
Todos erram, aprendendo por meio das experiências perturbadoras como não reincidir no desequilíbrio.
A imaturidade psicológica, porém, tem dificuldade em reconhecer os próprios equívocos e teimosamente busca defendê-los mediante recursos pouco lisonjeiros.
Quando se vai despojando das injunções da ignorância e da presunção, descobre a felicidade de ser autêntico, de poder identificar os enganos e repará-los, não se afligindo com a aparência, que é sempre secundária no seu processo de crescimento interior.
A sabedoria aumenta na razão direta em que a consciência humanista se desenvolve e percebe a finalidade da sua existência no mundo.
*
O verdadeiro sábio ignora-se, enquanto o ignorante exorbita na exibição do pretenso conhecimento, que não passa de superficialidade.
Mediante a conquista da sabedoria, o indivíduo faz-se mais simples e acessível, gentil e compassivo.
Conhecendo os desafios que teve de enfrentar e os que ainda surgirão pelo seu caminho evolutivo, não exige transformações morais nos outros, nem se esquiva de crescer sempre.
A existência humana é rica de surpresas, de acontecimentos não previstos, que exigem sabedoria a fim de os enfrentar e administrar, quando negativos ou perturbadores.
Ninguém nasce sábio, mas apenas portador da sua semente.
Fixando experiências, umas depois de outras, reúne o cabedal de conhecimentos e de vivências que o tornam mais lúcido.
Valorizando o tempo e suas lições preciosas, o homem e a mulher que ambicionam o desenvolvimento da semente que conduzem no íntimo, utilizam-se bem de cada instante que lhes é concedido para aprender, para ensinar, para melhorar a própria condição, bem como a qualidade de vida a que se entregam.
Narra-se que, ao retornarem do santuário de Delfos, após consultarem o deus Apolo, a respeito de quem seria o homem mais sábio da Grécia, alguns filósofos atenienses buscaram Sócrates e perguntaram- lhe com certa ironia:
– Tu foste indicado por Apolo como o homem mais sábio da Grécia. Tens algo a dizer?
Ao que ele teria respondido:
– Talvez isso seja verdade, porque sou, possivelmente, em Atenas, o único homem que sabe que nada sabe.
Não havia qualquer presunção nem espírito de exibicionismo na resposta, senão um gesto de nobre humildade diante da grandeza da Vida e de todos os dons que a permeiam.
A sabedoria sorri, enquanto a vacuidade e o conhecimento estulto se exibem, porque superficiais, logo se esvanecendo diante das questões profundas da existência humana e da realidade do ser.
Felizmente, mesmo ignorando esse processo de crescimento, que é natural e automático, as criaturas humanas dão-se conta da necessidade de buscarem o aperfeiçoamento moral e espiritual, a fim de se tornarem plenas.
A plenitude é meta que se deve alcançar e que se encontra ínsita em todos os seres pensantes.
Quando se tem coragem de receber as injunções difíceis sem reclamações nem conflitos, abrindo- -se às experiências da evolução, estão em desenvolvimento os pródromos da sabedoria que terminará por predominar no comportamento mental, moral e emocional do ser.
A sabedoria busca sempre horizontes mais amplos até perder-se na infinitude, sem afastar-se da realidade em que se deve fixar.
*
O amor desempenha um papel fundamental para a conquista da sabedoria. Por meio dele os sentimentos se ampliam, abraçando os demais seres sencientes que encontra pela frente e não deixando pegadas de amargura ou de ressentimento pelos caminhos percorridos.
Logo depois, o conhecimento que decorre do estudo, da observação, dos diálogos, da reflexão e do aprofundamento no contexto das informações encarrega-se de ilustrar o indivíduo que, amoroso, empreende a marcha do saber para ser livre, encontrando a verdade.
Sabedoria é uma experiência feliz em favor do tornar-se, permitindo que o Deus interno domine todas as paisagens do ser externo.
Franco, Divaldo Pereira. Pelo Espírito Joanna de Ângelis. Extraído da Revista Reformador de Agosto de 2004

quinta-feira, 2 de fevereiro de 2017

A SOCIEDADE HUMANA

A sociedade humana pode ser comparada a imensa floresta de criações mentais, onde cada espírito, em processo de evolução e acrisolamento, encontra os reflexos de si mesmo.
Aí dentro os princípios de ação e reação funciona exatos.
As pátrias, grandes matrizes do progresso, constituem notáveis fulcros da civilização ou expressivos redutos de trabalho, em que vastos grupos de almas se demoram no serviço de auto-educação, mediante o serviço à comunidade, emigrando, muita vez, de um país para outro, conforme se lhes faça precisa essa ou aquela aquisição nas linhas da experiência.
O lar coletivo, definindo afinidades radicais e interesses do clã, é o conjunto das emoções e dos pensamentos daqueles que o povoam.
Entre as fronteiras vibratórias que o definem, por intermédio dos breves aprendizados “berço-túmulo”, que denominamos existências terrestres, transfere-se a alma de posição, conforme os reflexos que haja lançado de si mesma e conforme aqueles que haja assimilado do ambiente em que estagiou.
Atingida a época da aferição dos próprios valores, quando a morte física determina a extinção da força vital corpórea, emprestada ao espírito para a sua excursão de desenvolvimento e serviço, reajuste ou elevação, na esfera da carne, colhemos os resultados de nossa conduta e, as vezes, é preciso recomeçar o trabalho para regenerar atitudes e purificar sentimentos, na reconstrução de nossos destinos.
Dessa forma, os corações que hoje oprimem o próximo, a se prevalecerem da galeria social em que se acastelam, na ilusória supremacia do ouro, voltam amanhã ao terreno torturado da carência e do infortúnio, recolhendo, em impactos diretos, os raios de sofrimento que semearam no solo das necessidades alheias,.
E se as vítimas e os verdugos não souberem exercer largamente o perdão recíproco, encontramos no mundo social verdadeiro círculo vicioso em que se entrechocam, constantemente, as ondas da vingança e do ódio, da dissensão e do crime, assegurando clima favorável aos processos da delinqüência.
Sociedades que ontem escravizaram o braço humano são hoje obrigadas a afagar, por filhos do próprio seio, aqueles que elas furtaram à terra em que se lhes situava o degrau evolutivo.
Hordas invasoras que talam os campos de povos humildes e inermes, neles renascem Como rebentos do chão conquistado, garantindo o refazimento das instituições que feriram ou depredaram.
Agrupamentos separatistas, que humilham irmãos de cor, voltam na pigmentação que detestam, arrecadando a compensação das próprias obras.
Citadinos aristocratas, insensíveis aos problemas da classe obscura, depois de respirarem o conforto de avenidas suntuosas costumam renascer em bairros atormentados e anônimos, bebendo no cálice do pauperismo os reflexos da crueldade risonha com que assistiram, noutro tempo, à dor e à dificuldade dos filhos do sofrimento.
Em todas as épocas, a sociedade humana é o filtro gigantesco do espírito, em que as almas, nos fios da experiência, na abastança ou na miséria, na direção ou na subalternidade, colhem os frutos da plantação que lhes é própria, retardando o passo na planície vulgar ou acelerando-o para os cimos da vida, em obediência da evolução. 

Pelo Espírito Emmanuel

TENTAÇÕES AFETIVAS


Esta sede insaciável de prazer renovado, leva-te ao desequilíbrio.

Essa busca irrefreável de afeto que te plenifique, conduz-te ao abismo da loucura.

Tal ansiedade por encontrar quem te compreenda e apóie, oferecendo-te segurança integral, empurra-te para os precipícios dos vícios dissolventes.

A pressa de encontrar quem esteja disposto a doar-te ternura, afasta os corações que pretendem ajudar-te, porque
em faixa afetiva diferente eles se te afeiçoam em espírito, enquanto vibras outra forma de necessidade.

A insatisfação, face ao muito que desfrutas, gera em ti distúrbio lamentável de comportamento, que ameaça a tua vida.

O que falta, a qualquer pessoa, é resultado do seu mau uso em oportunidade transata.

Carência de hoje, foi desperdício de ontem.

Ninguém há, que se encontre, na Terra, completo e realizado.

Na área da afetividade, a cada momento defrontamos amores eternos que depois se convertem em pesadelos de ódio e crime.

Muitas promessas "para toda a vida", às vezes, duram uma emoção desgastante e frustradoras.

Sorrisos e abraços, júbilos infindos de um momento, tornam-se, sem motivo aparente, carantonhas de rancor, agressões violentas e amarguras sem nome.

Tudo, no mundo corporal, é transitório, forma de aprendizagem para vivências duradouras, posteriormente.

Assim, evita sonhar, acalentando esperanças absurdas, nas quais pretendes submeter os outros aos teus caprichos pessoais, que também passarão com rapidez.

O que agora te parece importante, mais tarde estará em condição secundária.

Ontem aspiraste determinada conquista que, lograda, hoje não te diz mais nada.

Se desejas o amor de plenitude, canaliza as tuas forças para a caridade, transformando as tuas ansiedades em bem-estar noutros muito mais necessitados do que tu.

Não desvies a tônica da tua afetividade, colocando sentimentos imediatistas, que te deixarão ressaibos de desgostos e travos de fel.

A outra, a pessoa que, por enquanto, consideras perfeita e capaz de completar-te, é tão necessitada quanto o és tu.

Na ilusão, adornas-lhe o caráter, para descobrir, mais tarde, o ledo engano.

Conserva puro o teu afeto em relação ao próximo e não te facultes sonhos e fantasias.

Aquilo que mereces e de que necessitas, chegará no seu momento próprio.

Reencarnaste para aprender e preparar o futuro, não para fruir e viver em felicidade que ainda não podes desfrutar.

Cuidado, portanto, com as aspirações-tentações, que se podem converter em sombras na mente e em sofrimentos incontáveis para o coração.

Afirmou Jesus, que os Seus "discípulos seriam conhecidos por muito se amarem", sem que convertessem esse sentimento-luz em grilhão-treva de paixão.


Joanna de Ângelis / Divaldo P. Franco
Do livro: Vigilância