sexta-feira, 23 de maio de 2014

TEMPO DE CRISE

Quando surgem as crises – sejam de qualquer origem – o impositivo é de serenidade. Afinal, são nas crises que nos opomos uns aos outros.      
            A renovação que necessitamos não é obra de um dia ou de décadas, pois a conquista da sublimação exige variadas matérias de domínio pessoal. Um dos significados da palavra sublimação é engrandecer.  Sim, podemos entender dessa forma: engrandecer a vida humana, valorizar, exaltar as vivências. Por outro lado, se pensarmos bem na expressão matérias de domínio pessoal veremos a abrangência do quanto precisamos fazer para domarmos nossos ímpetos agressivos ou egoístas, nossas tendências de arrogância e vaidade, de prepotência ou de imposição e veremos o quanto precisamos na área do domínio pessoal. O mais grave é que agimos ao contrário: queremos dominar os outros...
            Muitas vezes somos competentes na profissão, mas apegados. Em outras situações, somos abnegados, mas nos complicamos na afeição possessiva. Em determinados momentos, somos generosos, mas nos deixamos envaidecer ou nos perdemos na arrogância, na prepotência e mesmo na imposição...
            Quanto ainda por fazer!!! O progresso é mesmo muito lento até que surjam as épocas de exame ou avaliação que comprovem as aquisições. Isso tudo faz refletir.
            Se nos propomos a vencer, nas lições que a vida apresenta, é preciso usar a compreensão que se apóie no raciocínio e exercitar o amor uns aos outros.  Esta atitude de amor e compreensão vai encontrar as variadas expressões de opção da vida humana. Uns preferem o poder econômico e parecem agredir; outros querem a independência sem dever e enveredam em caminhos que resultarão em aprendizados amargos. Outro se ilude e distancia-se da dignidade; outros ainda aceitam as sugestões dos tóxicos. É preciso mesmo muita paciência diante de opções e decisões nem sempre equilibradas e muitas vezes marcadas pelo orgulho e pelo egoísmo. E essas opções ou decisões partem de pais, filhos, cônjuges, irmãos, amigos, parentes, companheiros de ideal...
            Por  isso, quem já possua equilíbrio, que ajude ao desorientado. Quem raciocine com segurança, ampare o que se afastou do bom-senso. Quem disponha de qualquer luz, que clareie o caminho os que jazem na escuridão dos vícios ou dos condicionamentos perniciosos. E, claro, se estamos de pé, socorramos os caídos, porque tempo de crise é tempo de teste e somente se honra com a distinção desejada, quem procura esquecer-se para compreender e auxiliar os demais. Afinal, somos todos irmãos uns dos outros.

sexta-feira, 16 de maio de 2014

ACEITE-SE

Aceite-se para ser aceito pelos demais
Sentir-se rejeitado pelos outros é um sentimento que poucos conseguem superar facilmente, pois depende de uma elevada confiança em si mesmo, o que nem sempre temos.
Quanto mais rebaixada nossa auto-estima, quanto menos gostamos de nós mesmos, mais vulneráveis somos à rejeição.
Quando uma pessoa com baixa auto-estima perde uma pessoa que ama ou uma colocação profissional, passa a acreditar que não merece nada, que é indigna de ter o que deseja, sentindo-se completamente só e, principalmente, abandonada.
Mesmo as pessoas com elevada auto-estima, ou seja, conscientes de seu valor, tendem a sentir os mesmos sentimentos quando há uma perda, pois neste momento perdem também o controle da situação que até então acreditavam ter e isso tende a abalar todas as emoções.
Lidar com a rejeição não é nada fácil, pois geralmente nos remete inconscientemente às situações de abandono durante a infância.
Se alguém nos rejeita, de alguma forma não nos aceita, e se tentarmos mudar em função disso para agradar, tudo tende a piorar.
Mas, na maioria dos casos, o outro dificilmente é a causa real do sentimento de rejeição, pois a sensação de sentir-se abandonado já existe internamente na pessoa. A dificuldade está em lidar com estes sentimentos anteriores somados aos atuais.
O principal antídoto ao sentimento de rejeição é não limitar todas as esperanças da vida a um relacionamento, ou seja, dedicar-se apenas ao marido, filho, a esposa, a mãe, ou a um emprego, não tendo mais nenhum outro objetivo, esquecendo-se de outras pessoas ou fatos importantes e principalmente de si mesmo.
Mas não há nada pior do que acreditar cegamente e... ser abandonado. Se você admitir que pode um dia ficar só e ainda assim sobreviverá, correrá menos riscos de se sentir rejeitado.
E também terá maior liberdade para mudar sua vida sem sentimentos de culpa. Não devemos nunca perder nosso referencial interno, nem reduzir nossas esperanças ou colocar nossa expectativa de vida sob a direção de algo que não controlamos: o sentimento e a reação do outro.
Por vezes, podemos ser preteridos e não é por isso que a vida deixará de existir ou que as coisas que desejamos deixaram de ser realizáveis, muito pelo contrário, pode ser a chance que temos de ter a possibilidade para irmos em busca daquilo que realmente queremos. Não podemos nunca depender da atitude de outra pessoa para termos certeza de nosso real valor.
É preciso que estejamos sempre conscientes de que as atitudes de outras pessoas nem sempre estão relacionadas à nossa pessoa, e, portanto, não são respostas a nós. Precisamos entender que os outros são seres humanos como nós e que às vezes podem nos dar um não ou uma resposta agressiva muito mais em função dos próprios conflitos internos e que nada têm a ver com sua pessoa.
Mas como muitas vezes não consideramos a realidade interna do outro, imaginamos que estamos sendo rejeitados, mas muitas vezes a rejeição faz mais parte do nosso mundo interior do que da realidade.
Por isso, é importante saber diferenciar a reação dos outros em cada momento. Procure entender as razões do outro, pois muitas vezes o problema para agir assim pode ser mais dele do que seu.
Seja como for, de nada adianta dramatizar a situação e colocar-se no papel de vítima. O drama e o sentimento de culpa só irão aumentar a sua dor. Encare a dificuldade do momento de frente e procure aprender com tudo isso. No mínimo, você conquistará maior autoconfiança e isso lhe será útil pelo menos na próxima vez.
Muitas vezes, o sentimento de rejeição é acentuado pela insistência em supervalorizarmos a opinião e aprovação dos outros de nosso modo de ser, pensar e agir. Damos aos outros o poder de juiz e permitimos que comandem nossa forma de viver.
A excessiva importância dada à opinião e aos valores dos outros, por mais que estes queiram apenas o nosso bem, retrata uma irresponsabilidade quase infantil e inconsciente de acreditar que são eles que devem assumir e suprir nossas necessidades.
Cabe a cada um de nós satisfazer as próprias carências e não a quem está ao nosso lado. Acreditamos que ninguém deve nos dizer não, para que não nos sintamos rejeitados e abandonados, mas, na verdade, a principal rejeição não vem dos outros, mas está dentro de nós mesmos e resulta na falta de amor-próprio.
Pare de se criticar, mude o que acha que tem de mudar em si e torne-se mais independente da aprovação de outras pessoas.
Aceite-se.
Torne-se responsável pelo que você é e deixe que o outro seja responsável pelo o que ele é. Faça sua vida ser conduzida sob sua responsabilidade e seus valores, e não sob os do outro.
Pense que você tem a responsabilidade de se amar, se aceitar, aprovar e valorizar.
Se atribuir essa responsabilidade ao outro, cada vez que ele negar, surgirá a rejeição, um sentimento que só você poderá se isentar de senti-lo.
E lembre-se:
Nenhuma pessoa merece tuas lágrimas e quem as merece não te fará chorar