quarta-feira, 28 de agosto de 2013

PARA FAZER O BEM

Praticar o bem não é fazer tudo pelo outro.

Para fazer o bem, algumas vezes devemos contrariar uma pessoa e deixar que ele faça algo sozinha.

Para fazer o bem, algumas vezes precisamos deixar que a pessoa caminhe por si mesma.

Para fazer o bem, algumas vezes devemos saber dizer não na hora certa, e não nos submetermos aos caprichos do outro.

Para fazer o bem, algumas vezes devemos deixar nossos filhos errarem sozinhos, pois só pela dura experiência do erro cometido é que virá o aprendizado e o amadurecimento.

Para fazer o bem, algumas vezes devemos não responder uma pergunta, mas estimular uma reflexão e deixar que o outro chegue a resposta sozinho.

Para fazer o bem, algumas vezes devemos mostrar a verdade ao outro, por mais doloroso que seja para ela.

Para fazer o bem, algumas vezes devemos dizer a pessoa que ela está sendo invasiva e impor alguns limites.

Para fazer o bem, algumas vezes devemos terminar uma relação que já está desgastada e dissolver antigas raízes de apego ao outro.

Para fazer o bem, algumas vezes devemos elucidar comportamentos inoportunos que o outro insiste em praticar.

Para fazer o bem, algumas vezes é necessário retirar regalias, privilégios e confortos, para provocar um movimento que levará a pessoa sair do comodismo.

Fazer o bem é dar com amor, mas o amor também pressupõe retirar algo para que a pessoa aprenda a conquistar sozinha.

terça-feira, 13 de agosto de 2013

CONVITES DA VIDA

Para onde te voltes, onde quer que te encontres, defrontarás
os incessantes convites da vida. Uns se dirigem aos fulcros do
espírito idealista estimulando à ascensão; outros gritam nos recônditos
do ser atormentado, convocando ao abissal mergulho no
sofrimento evitável.
Os arrojos tecnológicos facultam celeremente altas cargas de
informações que te pesam constritoramente, debilitando as forças
do teu ideal. Simultaneamente, alargam horizontes para excelsas
cogitações cuja magnitude transcende a tua capacidade de apreender.
A litania do desespero chama-te a atenção.
A balbúrdia sexólatra desperta-te a observação.
O brado de revolta convoca-te ao exame das situações.
As mercadorias do prazer espicaçam-te os sentidos.
A loucura generalizada convida-te à alucinação marginalizante.
O medo envolve-te em angústia injustificável.
Ocorre que a Terra transita de “mundo de expiação” para
“mundo de regeneração”, consoante as felizes informações, recolhidas
por Allan Kardec, da Espiritualidade Superior.
Concomitantemente, a paz necessita da tua cooperação.
A cruzada do amor e da caridade inspira-te passos gigantescos
na direção da liberdade plena.
O bem de qualquer denominação abrasa-te, guiando tuas aspirações
nos rumos infinitos.
A esperança, embriagando tua alma, conduz as claridades divinas
aos teus painéis íntimos.
Convidam-te: a reflexão a sublimes colóquios, a humildade a
total desprendimento, a fé à mudança de paisagens, o dever à luta
incessante pela sublimação, a paciência a cuidadosas realizações
em profundidade, em suma, o Cristo, ao inexcedível serviço da
luz.
Ainda ontem homens e mulheres célebres fizeram-se notáveis
porque aceitaram os convites da vida, como desafios que aceitaram
e dos quais se liberaram com resultados felizes, mediante os
quais se engrandeceram, renovaram outros homens, outras mulheres
e o mundo.
Milton, cego e pobre, após a morte de Cromwell, de quem era
secretário, esqueceu-se da limitação e ditou à esposa e filhas, em
poesia de lirismo ímpar, o seu “Paraíso Perdido”.
Steinmetz, não obstante a deformidade física, revelou-se a
penosos esforços cientista insuperável.
Roberto Luiz Stevenson, tuberculoso, olvidou as penas e tornou-
se esteta da literatura.
Antonio Francisco Lisboa, o “Aleijadinho”, apesar das dores
cruéis que experimentava em face da terrível enfermidade que
sofria, esculpiu a pedra com arte primorosa.
Eunice Weaver aceitou o desafio da lepra e, após admiráveis
contribuições sociais de outra natureza, levantou os Preventórios
para os descendentes sadios dos hansenianos, fazendo baixar a
incidência do terrível mal, no Brasil.
Martin Luther King não temeu a discriminação racial e “colored”
encabeçou as “marchas da paz”, inspirado na resistência
pacífica, logrando inestimáveis conquistas para os irmãos perseguidos
pelo vil preconceito.
Estigmatizados por estranhas enfermidades ou livres delas,
tocados pelo ideal do amor e da beleza, incontáveis servidores da
Humanidade atenderam os convites da vida.
Olha em derredor, aprofunda observações, ausculta as vozes
inarticuladas em melodias sublimes em a Natureza e faze algo que
te assinale positivamente a passagem pela Terra.
Qualquer contribuição de amor ao próximo e aprimoramento
próprio vale mais do que coisa nenhuma.
Não te escuses.
A vida é um sublime convite. Este livro apresenta-te alguns.1
Medita neles. É modesta contribuição que te trazemos quando a
nacionalidade brasileira evoca o sesquicentenário da sua emancipação
política.
Lembra-te de emancipar-te, também, das algemas escravocratas
de qualquer natureza.
Liberta-te da opressão do mal, ainda hoje, agora.
Viver na Terra é honra que ninguém pode subestimar.
Um dia, o Rei Estelar, compreendendo a necessidade de elevar
o homem às culminâncias da felicidade no Seu Reino, aceitou
o convite-desafio do mundo em crescimento e desceu à Terra,
erguendo-a, de tal modo que em breve a dor e a miséria baterão
em retirada, definitivamente, a fim de que se instalem nela os
chegados dias da “Jerusalém libertada” em plenitude de paz.

Joanna de Ângelis