quarta-feira, 23 de dezembro de 2015

CARTÃO DE NATAL

O clarão do Natal, que em ti acorda a música da esperança, escuta a voz de alguém que te busca o ninho da própria alma!... Alguém que te acende a estrela da generosidade nos olhos e te adoça o sentimento, quais se trouxessem uma harpa de ternura esconda no peito.

Sim, é Jesus, o amigo fiel, que volta.

Ainda que não quisesse, lembar-lhe-ias hoje os dons inefáveis, ao recordares as canções maternas que te embalaram o berço, o carinho de teu pai, ao recolher-te nos braços enternecidos, a paciência dos mestres que te guiaram na escola e o amor puro de velhas afeições que te parecem distantes.

Contemplas a rua, onde luminárias e cânticos lhe reverenciam a glória; entretanto, vergas-te ao peso das lágrimas que te desafogam o coração... É que ele te fala no íntimo, rogando perdão para os que erram, socorro aos que sofrem, agasalho aos que tremem na vastidão da noite, consolação aos que gemem desanimados e luz para os que jazem nas trevas.

Não hesites! Ouve-lhe a petição e faze algo!... Sorri de novo para os que te ofenderam; abençoa os que feriram; divide o farnel com os irmãos em necessidade; entrega um minuto de reconforto ao doente; oferece numa fatia de bolo aos que oram, sozinhos, sob ruínas e pontes abandonadas; estende um lençol macio aos que esperam a morte, sem aconchego do lar; cede pequenina parte de tua bolsa no auxílio às mães fatigadas, que se afligem ao pé dos filhinhos que enlanguescem de fome, ou improvisa a felicidade de uma criança esquecida.

Não importa se diga que cultivas a bondade somente hoje quando o Natal te deslumbra!... Comecemos a viver com Jesus, ainda que seja por algumas horas, de quando em quando, e aprenderemos, pouco a pouco, a estar com ele, com todos os instantes, tanto quanto ele permanece conosco, tornando diariamente ao nosso convívio e sustentando-nos para sempre.

quarta-feira, 2 de dezembro de 2015

PENSAMENTO E SINTONIA

“Energia viva, o pensamento desloca, em torno de nós, forças sutis, construindo paisagens ou formas e criando centros magnéticos ou ondas, com os quais emitimos a nossa atuação ou recebemos a atuação dos outros. Nosso êxito ou fracasso dependem da persistência ou da fé com que nos consagramos mentalmente aos objetivos que nos propomos alcançar.”

(Afinidade e Sintonia – Espírito Emmanuel)

Há uma cena do filme Nosso Lar que se destaca – com louvor – quanto ao livro. É que a imagem em certas situações realmente permite vivências mais ricas do que a palavra. Refiro-me ao trecho do filme em que o Espírito de André Luiz volta à sua casa na Terra. Ele descobre que sua esposa agora tem outro consorte e seus filhos um padrasto. Perplexo, rapidamente seu coração se turva e sua mente é impregnada de pensamentos poderosamente negativos. E ai o detalhe sutil que o filme permite-nos vivenciar. De repente o cenário muda e André Luiz vê-se novamente no Umbral, respirando no ambiente psíquico equivalente à sua sintonia mental, repleto de insânia, rebeldia, maldade e dor.

É a lei de sintonia. Afinal, é pelos pensamentos e sentimentos que criamos o mundo ao nosso redor, o universo por onde transitamos, o céu ou o inferno onde respiramos. O Espírito Emmanuel assinala:

“Nos mais simples quadros da natureza, vemos manifestado o princípio da correspondência. Um fruto apodrecido ao abandono estabelece no chão um foco infeccioso que tende a crescer, incorporando elementos corruptores. Exponhamos a pequena lâmina de cristal, limpa e bem cuidada, à luz do dia, e refletirá infinitas cintilações do Sol.

Andorinhas seguem a beleza da primavera. Corujas acompanham as trevas da noite. O mato inculto asila serpentes. A terra cultivada produz o bom grão. (...)”

A dinâmica da lei de sintonia é simples. Você atrai aquilo que já existe em seus sentimentos e pensamentos. Neste mar de energias invisíveis não são os opostos que se atraem, mas sim os semelhantes.

O bem atrai o bem e o mal atrai o mal.

Quando pensamos emitimos ondas que têm determinada freqüência. Nessa freqüência mental encontraremos outras mentes, que habitam no plano espiritual. É quando se dá a interação entre os encarnados e desencarnados.

A mãe que derrama afeto ao seu rebento enfermo gera um padrão de freqüência mental bem diferente do meliante que está de tocaia preparando-se para o assassínio. Ambas as mentes estão interagindo com planos de vida espiritual. A mãe atrai Espíritos benfazejos para auxiliá-la nas transfusões de fluidos curativos, da mesma forma que o criminoso está devidamente assessorado por miríades de Espíritos que têm valores morais similares aos seus e o incentivam mentalmente para seguir em frente com seu desvairo.

Na freqüência mental elevada da mãe, Espíritos pouco evoluídos não têm acesso e ela encontra-se naturalmente protegida de más influências. Já quando uma pessoa está impregnada de raiva, de ódio, de rancores, de desejos de vingança, mesmo quando Espíritos protetores tentam influenciá-la, por vezes encontram uma mente tão perturbada nesse inferno mental que não conseguem obter êxito, pelo que aguardam um momento mais oportuno para intervenção, respeitando o livre arbítrio de cada criatura.

Diga-me com quem andas e te direi quem tu és, ensina o ditado popular. No Espiritismo aprendemos a inversão desta lógica: diga-me quem tu és, que te direi com quem andas.

É uma lição simples e talvez por isso tão negligenciada.

Espiritualizar-se é também aprender a educar nossos pensamentos e sentimentos. Eles sempre estão sendo bombardeados por fatores internos e externos que provocam reações, às vezes inconscientes. Por isso, é impossível não sentir raiva, decepção, tristeza e por vezes sentimentos ainda mais pesados diante de certas situações. Contudo, esses estados d´alma devem estar de passagem rápida. Ter um impulso inicial, reativo, é natural. O erro é deixá-los hóspedes ou proprietários de nosso coração e mente.

Tal como André Luiz, já espiritualizado, é imprescindível domá-los e retomar o controle, o equilíbrio. É o que mostra o filme nas cenas seguintes, que para mim são o ponto alto da película. André retempera-se e equilibrado, dono de si, retorna ao lar para vivenciar momentos emocionantes que tocaram milhares de leitores e espectadores.

Assim é a própria vida. Quando perdemos o nosso controle é a própria vida que caminha trôpega, vacilante, desorientada, ora atrapalhada, ora colidindo, ora descarrilando, não raro deixando um rastro de confusão, estragos e sofrimentos.

Lado outro, se cultivamos estados mentais positivos, alegres, de esperança, generosidade e bem querer, automaticamente usufruímos os benefícios da leveza íntima, de serena paz e sutil felicidade.

Vivemos, portanto, em nossas criações. E se o nosso entorno anda ruim é porque nosso íntimo não está nenhum paraíso.

Nada que – com sincero esforço – não se possa mudar.

Basta sentir, pensar e agir por uma vida melhor

sexta-feira, 13 de novembro de 2015

ANTE O SUCESSO EXTERIOR, O DRAMA INTERIOR




Outro aspecto relevante a ser considerado em relação a baixa autoestima, e também muitas vezes relacionada a vaidade e ao sucesso (esse sim uma qualidade natural de um bom empreendedor) é que, quando a pessoa é bem sucedida… quando apresenta verdadeiro potencial para alguma área da vida, traz consigo um quantum de exigência em relação aos demais muito acentuado, o que propicia o nascimento de baixa autoestima, por não se sentir “bom” em tudo na vida.
De fato, a evolução tem relação a muitos aspectos na vida, e nem sempre o sucesso em uma área implica no sucesso em todas as áreas. Estamos, como bem afirmam os espíritos, na Codificação promovida por Allan Kardec, num mundo de expiações e provas, que dentro da classificação dos mundos proposta pela Doutrina Espírita, é apenas o segundo, na ordem de inferiores para superiores, das categorias. Ou seja, ainda não estamos, sequer, na metade do caminho da evolução. Segundo essa classificação, o mundo de expiações e provas, é um estágio onde o mal ainda predomina na natureza humana em relação ao bem, de forma que ainda temos dentro de nós a corrigir e muito mais ainda a aprender, que sequer nos damos conta. Normal então de apresentarmos erros e falhas… normal que tenhamos ainda muitas dificuldades… normal que não tenhamos desenvolvidas todas as nossas potencialidades como homens e como almas… Normal, então, que tenhamos algumas potencialidades desenvolvidas que outras… que ainda apresentemos muitas dificuldades de relacionamentos, tanto externos (com o outro) quantos internos (conosco mesmo)… Normal que podemos ter sucesso exterior, e ainda assim possamos apresentar um quadro de autoestima muito baixa para conosco mesmo.
Após entendermos que não existe condições para sermos o supra sumo das condições espirituais, nas diversas áreas das potencialidades do Espírito, esperar que sejamos ou exigir que sejamos isso, ou ainda querer apresentar essas condições, é um absurdo. Assim toda vaidade ou baixa autoestima funda-se na dificuldade de compreensão e aceitação de nossa condição de espíritos em caminho… percurso… da perfeição. É essa falta de compreensão que precisa ser combatida.
Se não nos esforçarmos para compreender e aceitar uma realidade que se apresenta a nós, não há como ela ser alterada. Ainda que nossa compreensão seja limitada e nossa visão não seja tão clara, temos que ser o máximo sinceros e claros em relação a nossa compreensão da realidade.
Assim, muitas vezes, quando verificamos algum sucesso de uma pessoa no quadro de ambiente social e relacional, é possível que o mesmo nem sempre se reproduza no ambiente interno da consciência. Verificamos, assim, uma pessoa a quem damos um valor muito elevado por sua condição exterior, mas que poderá estar vivenciando dramas internos muito complexos e doloridos, dos quais sequer temos conhecimento.
Da mesma forma, muitas pessoas a quem não apontamos sucesso na vida exterior, muitas vezes, já adquiriram uma consciência ampliada em relação a sua existência interna, permitindo o equilíbrio necessário, para eclodir num futuro, suas potencialidades sem essa questão tão acintosa da vaidade e da baixa autoestima

terça-feira, 10 de novembro de 2015

DIA DO BASTA

Quantas vezes dizemos, em nosso diálogo diário conosco, que aquela seria a última vez que faríamos determinadas coisas, cujos efeitos danosos conhecemos em todas as suas nuances?
Ainda que tenhamos passado por "poucas e boas" em nossa jornada, parece que nossas resistências sempre tendem a vencer, dificultando nossa iniciativa para mudarmos de rumo.
Escolhas habituais nos permitem, tão somente, vivenciar velhos costumes, esticando nossa antiga agonia de seguir naquilo que nossa alma sabe que já não serve mais.
Existem diferenças fundamentais entre "saber" e "fazer", isto é, movimentar-se do teórico ao prático.Significa que isso somente acontecerá, quando nossa atitude for diferente e firme no propósito de experimentarmos o novo.
Afinal, o que nos impede verdadeiramente de agir, se dentro de nós há um lado bastante disposto a se renovar?Por que não deixamos ir o "velho", sabendo que ele não atende mais aos nossos anseios da alma?
Por que não nos abrimos e cedemos ao "novo",sabendo que ele poderá trazer horizontes mais amplos de conquista pessoal?Não o fazemos porque o "velho", embora ruim e desagradável, é um caminho bastante conhecido, e o "novo" é uma espécie de "tiro no escuro", pois nunca se sabe onde a bala irá parar de verdade.
Temos vontade, mas falta-nos coragem !Os tormentos comuns da dúvida, aliados aos medos já vivenciados, em antigos e eventuais fracassos, conectados uns aos outros, imobilizam-nos para agir, e ficamos ainda mais concentrados na ideia de que a nova iniciativa não dará certo.
No entanto, é preciso muita humildade para assumir a coragem de buscar um novo caminho, "desidentificando-nos" com a antiga imagem de nós mesmos, abdicando da ideia de que precisamos "parecer ser", para assumirmos nova postura do que efetivamente agora "somos".
Finalmente, hoje, chegou o "Dia do Basta".
Respire fundo, conectando-se com o "Bem Maior", e rompa de uma vez por todas, com os pesados grilhões das velhas e desgastadas amarras e manias, permitindo-se confiar e experimentar o frescor de uma alma renovada, que está aprendendo a reconhecer, na grandeza de si mesma, as melhores alternativas para vivenciar esse novo momento dentro do coração.
Há muito tempo, a dor da "mesmice", condicionada a velhas, repetitivas e cansativas escolhas, pede passagem a novas alegrias, que possam significar motivação e vontade de crescer em um só tempo.Não tenha medo !
Somente com a sua luz interior, focada agora nas novas estradas que se materializam à sua frente, será possível seguir com clareza, confiança e destemor!Use o discernimento e compreenda a importância da hora que passa.
Se você já consegue reconhecer em sua vida, coisas que já não servem mais, embora tenham sido úteis e vantajosas em circunstâncias do passado, não espere chegar uma nova série de aborrecimentos e dificuldades para mudar de atitude.
Seja firme e resoluto ! Decida !Lembre-se que todo crescimento pessoal e espiritual que nos possibilita libertação, quase sempre costuma gerar um natural, mas aflitivo descontentamento, naqueles que estão acostumados à "arte da manipulação" - de nossa vida e da de outros.
Confie no amparo das "Forças Superiores da Vida" e prossiga rumo ao cerne de seu coração.Pense nas incríveis alegrias que estarão presentes, quando você não mais precisar "aparentar ser" o que você não é mais.
Nós só ficamos bem em tudo, isto é, luminosos e livres, quando utilizamos o talento de sermos "nós mesmos" - sem máscaras, reconhecendo, com transparência, as bênçãos incontáveis do que já podemos usufruir, redescobrindo e percorrendo os caminhos da paz, sem medo de ser feliz.
Exercite o dom de escolher a serenidade da consciência tranquila, e harmonize-se na conexão com o "Amor Divino Universal", e tudo será diferente em beleza e realização.
Participe desse "Banquete Espiritual", ao qual só são convidados aqueles que optaram por "deixar ir o velho", assumindo um novo caminho, ainda que inicialmente de forma tímida, mas com a certeza firme e forte de que: "Deus está no leme da embarcação".
Portanto, nesse sentido, a tempestade já tem hora certa para perder a força e importância. E a bonança, sem dúvida alguma, virá naturalmente na sequência, trazendo um verdadeiro tesouro, reservado somente para quem já "fez por merecer". Doutor Hans
É preciso muita humildade para assumir a coragem de buscar um novo caminho

quarta-feira, 28 de outubro de 2015

INIMIZADE

Herança preponderante em a natureza humana, que procede do primarismo ancestral, a inimizade é expressão inferior que ergastula a sua vitima à selvageria da qual se deveria libertar.
 A conquista da paz e do amor, que leva à saúde integral, faz-se lentamente, através da superação dos impulsos violentos dos instintos dominadores, que insistem em permanecer.
 A inimizade é o fenômeno perturbador que instala cizânia e turbulência onde medra e em quem se instala.
 Irradia-se como um morbo pestífero, contaminando todos quantos a enfrentam, porque se utiliza da mentira a da calúnia para dominar as mentes e envenenar os corações.
 Apóia-se em argumentos doentios quanto falsos, pretendendo defender falsamente a dignidade que se lhe apresenta ferida e exige reparação do que considera como ofensa, desconsideração ou afronta...
 Essa conduta é filha predileta do egoísmo, que se expressa como prepotência ou jactância que o orgulho intoxica.
 À medida, porém, que o Espírito se liberta das injunções penosas dos atavismos primários, a inimizade cede passo à tolerância e à compreensão das ocorrências que afetam todas criaturas.
 Em passo relativamente próximo, a cultura hedonista, extravagante e perversa utilizava-se do duelo para reparar aparentes ou reais danos morais, afrontar adversários legítimos ou pressupostos, transferindo os ódios para futuro espiritual, infelizmente programando renascimento dolorosos, obsessões cruéis até o momento em que o amor em forma de perdão venha libertar os atormentados litigantes.
 Um inimigo desencarnado é mais perturbador e virulento do que mergulhado no corpo físico.
 Hoje, no entanto, é quase igual a conduta humana em relação aos inimigos.
 O progresso moral dos povos eliminou esse tipo de homicídio legal em nome da honra.
 No entanto, o processo de evolução individual não conseguiu modificar as paisagens íntimas das criaturas, nas quais o duelo mental permanece hediondo, engendrando combates e vinganças terríveis, em nome da alucinação de que se fazem vítimas.
 As inimizades, geradas pelos embates e incompreensões do inter-relacionamento pessoal, ou resultante das antipatias que medram insensatamente, devem ser enfrentadas mediante
 Reflexões de paz através de orações em favor daqueles cujas vibrações de rancor buscam encontrar campo mental e emocional naqueles contra os quais são direcionadas.
 Inimigos repontam, inevitavelmente, em todo lugar, confirmando o estágio de evolução do planeta terrestre, que ainda hospeda incontáveis Espíritos em fase de desenvolvimento evolutivo inferior.
 Encontram-se abençoados certamente pela oportunidade para crescer e libertar-se das faixas constritoras do primitivismo no qual estorcegam..
 Comprazem-se, no entanto, em perseguir, em malsinar, em descarregar as energias mórbidas naqueles com os quais antipatizam.
 Não são necessariamente vítimas solicitando reparação, cobrando dívidas espirituais, mas criaturas estúrdias, invejosas, que necessitam de compaixão e de fraternidade, nunca de revide ou combate.
 Implicam com facilidade e voltam-se contra as demais com ferocidade estranha e insistente, que lhes constitui estímulo e motivação para continuarem a viver...
 Não sabem caminhar ao lado, preferindo estar contra, ao invés de cooperando, dificultando o acesso ao progresso.
 Insistem em permanecer na conjuntura perturbadora, que lhes parece fazer bem, embora os danos morais profundos, fechando os sentimentos e a razão a qualquer possibilidade de mudança de conduta.
 Desde que não as podes evitar, porquanto sempre as defrontarás pelo caminho de ascensão,
 não lhes sintonizes com os pensamentos deletérios, nem lhes dês ocasião de debater, explicando-te ou procurando parlamentar fraternalmente.
 Nada que justifique a inimizade sob o ponto de vista moral e racional.
 Trata-se de uma quase irracionalidade.
 Segue, porém, adiante, sem te fixares nesses irmãos infelizes da retaguarda espiritual. Nunca revides por palavras, atos ou sequer pensamentos.
 Eles necessitam de socorro e da terapia da misericórdia que dimana do amor.
 Tenta entendê-los e não lhes comentes a enfermidade espiritual, ampliando o campo de ação perturbadora.
 Faze silêncio em torno das suas agressões e não dês maior importância aos ultrajes que te dirigem.
 O tempo, esse grande educador, e as Soberanas Leis despertá-los-ão conforme a ti mesmo aconteceu.
 Aprende com eles paciência e humildade.
 Fazendo-se teus algozes, constituirão teus mestres, porque te ensinarão bondade sob perseguições e amor em situações penosas.
 O diamante que brilha experimentou o buril e o cinzel que lhe retiram a ganga, oferecendo-lhe beleza e majestade.
 Jesus, o Amigo por excelência, não obstante a dedicação total à Humanidade, não passou incólume entre esses pobres e infelizes membros da comunidade humana.
 Uns odiaram-nO por inveja; outros o detestaram pela impossibilidade de fazerem o que Ele realizava; mais outros, vitimados pelo despeito e amargurados pela própria pequenez perseguiram-No; todos, no entanto, porque se não amavam a si mesmos, soberbos e egoístas, por detectarem a grandeza dEle e a inferioridade pessoal.
 Urdiram tramas hediondas, disseminaram calúnias, perseguiram-nO, crucificaram-nO, e Ele, não obstante, retornou para erguê-los do paul moral onde se encontravam na direção do Reino, em gloriosa ascensão reparadora.
 Faze o mesmo. Mas se te faltarem os valores hábeis para esse cometimento libertador, perdoa-os e segue em paz, não sendo inimigo de ninguém, embora haja aqueles que preferiram ser teus inimigos.

Joanna de Ângelis

quinta-feira, 15 de outubro de 2015

AS DECEPÇÕES E A BONDADE DIVINA

A felicidade não é deste mundo constitui uma citação bastante conhecida.
Ela corresponde a uma realidade, pois raramente no mundo se conjuga tudo o que se acha necessário para alguém ser perfeitamente feliz.
Saúde, mocidade, beleza e dinheiro entram nessa equação.
Contudo, mesmo na presença de tais fatores objetivos, muitas vezes a criatura padece de tormentos íntimos.
Veem-se com frequência seres aparentemente privilegiados a reclamar da vida.
Consultórios de psicólogos e psiquiatras também são frequentados por aqueles a quem se imaginaria felizes e saciados.
Mas a ampla maioria dos seres humanos debate-se com inúmeros problemas.
Nos mais variados planos da existência, os dramas se sucedem.
Dificuldades financeiras, de relacionamento ou de saúde clamam por atenção.
Perante as naturais decepções do mundo, por vezes as criaturas se rebelam.
Quando alcançadas por experiências dilacerantes, imaginam-se abandonadas por Deus.
Esse modo de sentir revela uma compreensão muito restrita da vida.
Ele até seria razoável, caso tudo se esgotasse em uma única existência material.
Perante a vida que segue pujante além do túmulo, os problemas materiais diminuem de importância.
Em face desse amplo contexto, dificuldades não são tragédias, mas simples desafios.
Em cada homem reside um Anjo em perspectiva.
Ele é brindado com as experiências necessárias para atingir o seu augusto potencial.
As dores, por maiores que sejam, sempre passam.
Mesmo uma enfermidade incurável tem o seu término.
Após a morte do corpo físico, o Espírito prossegue sua jornada.
Se conseguiu passar com dignidade pelo teste, ressurge mais forte e virtuoso.
Caso tenha se permitido reclamações e revoltas, terá de refazer a lição.
Convém ter isso em mente ao enfrentar as crises da vida.
Deus é um Pai amoroso e bom.
Ele não Se rejubila em torturar Suas criaturas.
As dores do mundo têm finalidades transcendentes.
A maioria é providenciada pelos próprios homens, com suas paixões e equívocos.
Todas elas constituem desafios.
Ninguém deve acalentar o masoquismo e se rejubilar em sofrer.
É preciso lutar para sair de todas as dificuldades e recuperar o bem-estar.
Mas em face de situações inelutáveis, quando nada se pode fazer, é necessário pensar na bondade Divina.
Ela não se revela apenas quando tudo parece estar sob um céu azul, nas mesas fartas e nos sorrisos radiantes.
A bondade de Deus também se manifesta no sofrimento que torna o homem mais apto a compreender a dor do semelhante.
Ela está presente nas situações constrangedoras que minam o orgulho, a vaidade e a indiferença.
A vida na Terra é passageira e se destina ao burilamento do ser.
O viver terreno propicia resgate de equívocos do pretérito e preparação para etapas sublimes do existir imortal.
Em um mundo material e ainda bastante inferior, os entrechoques e as decepções são inevitáveis.
Apenas uma fé viva na bondade Divina permite que o homem preserve seu coração livre de amargura.
Pense nisso.

segunda-feira, 12 de outubro de 2015

HÁ ALGO DE GRANDIOSO ACONTECENDO NO MUNDO

Ainda não nos demos conta de algo extraordinário que está acontecendo.Há alguns meses, me descolei da sociedade, me libertei das amarras e medos que me prendiam ao sistema. E desde então, passei a ver o mundo sob uma diferente perspectiva. A perspectiva de que tudo está se transformando e a maioria de nós sequer se deu conta disso.Por que o mundo está se transformando? Nesse post vou listar os motivos que me levam a acreditar nisso.
1- Ninguém aguenta mais o modelo de emprego
Cada um está chegando no seu limite. Pessoas que trabalham em grandes corporações não aguentam mais seus empregos. A falta de propósito começa bater à porta de cada um como um grito de desespero do peito.As pessoas querem sair. Querem largar tudo. Veja quantas pessoas tentando empreender, quantas pessoas tirando períodos sabáticos, quantas pessoas estão em depressão no trabalho, quantas pessoas em burnout.
2- O modelo do empreendedorismo também está mudando.
Há alguns anos, com a explosão das startups, milhares de empreendedores correram para suas garagens para criar suas ideias bilionárias. A glória dos empreendedores era conseguir um investidor. Grana do investidor na mão era praticamente a taça da copa do mundo.Mas o que acontece quando você recebe um aporte de investidor?Você volta a ser um funcionário. Você tem pessoas que não estão alinhadas com seu sonho, que não estão nem aí para seu propósito e tudo passa a girar em função do dinheiro. O retorno financeiro passa a ser o principal driver.Muita gente está sofrendo com isso. Excelentes startups começaram a patinar porque o modelo de buscar dinheiro nunca tem fim.É preciso uma nova forma de empreender. E tem muita gente boa já fazendo isso.
3- O surgimento da colaboração
Muita gente já se ligou que não faz sentido ir sozinho. Muita gente já acordou para essa loucura que é a mentalidade do “cada um por si”.Pare e pense friamente. Não é um absurdo, nós que somos 7 bilhões de pessoas vivendo no mesmo planeta, nos separarmos tanto? Que sentido faz, você e as milhares (ou milhões) de pessoas que vivem na mesma cidade virarem as costas umas para as outras? Cada vez que começo e pensar nisso, fico até desanimado.Mas felizmente as coisas estão mudando. Todos os movimentos de economia colaborativa estão apontando nessa direção. A direção da colaboração, do compartilhamento, da ajuda, de dar as mãos, da união.E isso é lindo de se ver. Até emociona.
4- Estamos começando finalmente a entender o que é a internet
A internet é uma coisa incrivelmente espetacular e somente agora, depois de tantos anos, estamos conseguindo entender o seu poder. Com a internet, o mundo se abre, as barreiras caem, a separação acaba, a união começa, a colaboração explode, a ajuda surge.Alguns povos fizeram revoluções com a internet, como a Primavera Árabe. Aqui no Brasil estamos começando a usar melhor essa ferramenta magnífica.A internet está derrubando o controle de massa. Não tem mais televisão, não tem mais uns poucos jornais dando as notícias que querem que a gente leia. Cada um vai atrás daquilo que quer. Cada um se une com quem quiser. Cada um explora o que quiser explorar.Com a internet, o pequeno passa a ter voz. O anônimo passa a ser conhecido. O mundo se une. E o sistema pode quebrar
5- A queda do consumismo desenfreado
Por muitos anos fomos manipulados, estimulados a consumir como loucos. A comprar tudo que era lançado, a ter o carro mais novo, o primeiro iphone, as melhores marcas, muita roupa, muito sapato, muito muito, muito tudo.Mas as pessoas já começaram a sacar que isso tudo não faz sentido. Movimentos como o lowsumerism, slow life, slow food, começam a aparecer pra mostrar que nos organizamos da forma mais absurda possível.Cada vez menos gente usando carro, cada vez menos pessoas comprando muito, cada vez mais gente trocando roupas, doando, comprando usado, dividindo bens, compartilhando carros, apartamentos, escritórios.A gente não precisa de nada disso que falaram que a gente precisava.E essa consciência quebra qualquer empresa que vive do consumo desenfreado.
6- Alimentação saudável e orgânica
A gente era tão louco que aceitou comer qualquer lixo. Era só ter um sabor gostoso na língua que beleza.A gente era tão desconectado, que os caras começaram a colocar veneno na nossa comida e a gente não falou nada.Mas aí um pessoal começou a acordar e começaram a dar força pro movimento de alimentação saudável, de consumo de orgânicos.E isso vai ganhar força.Mas o que que isso tem a ver com economia e trabalho? Tem tudo a ver!A produção de alimentos é a base da nossa sociedade. A indústria alimentícia é uma das principais do mundo. Se a consciência muda, se nossa alimentação muda, a forma de consumo muda, e as grandes corporações precisam acompanhar essas mudanças.O pequeno produtor está voltando a ter força. As pessoas começando a plantar sua própria comida também.E isso muda toda a economia.
7- Despertar da espiritualidade
Quantos amigos você tem hoje que fazem yoga? E meditação?Quantas pessoas faziam isso 10 anos atrás?A espiritualidade por muitos anos era coisa do pessoal do esoterismo. Era coisa de gente esquisita do misticismo.Mas felizmente isso está mudando. Chegamos no limite da nossa racionalidade. Pudemos perceber que só com a mente racional não conseguimos entender tudo que se passa aqui. Tem mais coisa acontecendo e eu sei que você quer entender.Você quer entender como essas coisas que acontecem aqui funcionam. Como a vida opera, o que rola depois da morte, o que é essa parada de energia que tanto falam, que que é física quântica, como é que os pensamentos podem se materializar e criar nossa realidade, o que são as coincidências e sincronicidades, por que quem medita é mais tranquilo, como é possível curar com as mãos, e essas terapias alternativas que a medicina não aprova, mas funcionam?Empresas promovendo meditação aos funcionários. Escolas ensinando meditação para crianças.
8- Movimentos de desescolarização
Quem criou esse modelo de ensino? Quem escolheu as matérias que você precisa estudar? Quem escolheu os temas que são estudados nas aulas de história? Por que não nos ensinaram sobre outras civilizações antigas?Por que uma criança deve aprender a obedecer regras? Por que ela deve assistir a tudo em silêncio? Por que ela deve vestir uniforme?Prestar uma prova para provar que você aprendeu?Criamos um modelo que forma seguidores do sistema. Que prepara pessoas para serem seres humanos ordinários e medianos.Mas felizmente também, tem muita gente trabalhando para mudar isso. Movimentos de desescolarização.Talvez você nunca tenha pensado nisso e esteja em choque com o que estou colocando aqui.Mas tudo isso está acontecendo.Silenciosamente, as pessoas estão acordando, se dando conta da loucura que é viver nessa sociedade.Olhe para todos esses movimentos e tente pensar que tudo está normal.Eu acho que não está.Há algo de muito extraordinário acontecendo no mundo.

terça-feira, 22 de setembro de 2015

DIAS DIFICEIS

Há dias que parecem não ter sido feitos para ti.

Amontoam-se tantas dificuldades, inúmeras frustrações e incontáveis aborrecimentos, que chegas a pensar que conduzes o globo do mundo sobre os ombros dilacerados.

Desde cedo, ao te ergueres do leito, pela manhã, encontras a indisposição moral do companheiro ou da companheira, que te arremessa todos os espinhos que o mau humor conseguiu acumular ao longo da noite.

Sentes o travo do fel despejado em tua alma, mas crês que tudo se modificará nos momentos seguintes.

Sais à rua, para atender a esse ou àquele compromisso cotidiano, e te defrontas com a agrestia de muitos que manejam veículos nas vias públicas e que os convertem em armas contra os outros; constatas o azedume do funcionário ou do balconista que te atende mal, ou vês o cinismo de negociantes que anseiam por te entregar produtos de má qualidade a preços exorbitantes, supondo-te imbecil. Mesmo assim, admites que, logo, tudo se alterará, melhorando as situações em torno.

Encontras-te com familiares ou pessoas amigas que te derramam sobre a mente todo o quadro dos problemas e tragédias que vivenciam, numa enxurrada de tormentos, perturbando a tua harmonia ainda frágil, embora não te permitam desabafar as tuas angústias, teus dramas ou tuas mágoas represadas na alma.
Em tais circunstâncias, pensas que deves aguardar que essas pessoas se resolvam com a vida até um novo encontro.

São esses os dias em que as palavras que dizes recebem negativa interpretação, o carinho que ofereces é mal visto, tua simpatia parece mero interesse, tuas reservas são vistas como soberba ou má vontade. Se falas, ou se calas, desagradas.

Em dias assim, ainda quando te esforces por entender tudo e a todos, sofres muito e a costumeira tendência, nessas ocasiões, é a da vitimação automática, quando se passa a desenvolver sentimentos de autopiedade.

No entanto, esses dias infelizes pedem-nos vigilância e prece fervorosa, para que não nos percamos nesses cipoais de pensamentos, de sentimentos e de atitudes perturbadores.

São dias de avaliação, de testes impostos pelas regentes leis da vida terrena, desejosas de que te observes e verifiques tuas ações e reações à frente das mais diversas situações da existência.

Quando perceberes que muita coisa à tua volta passa a emitir um som desarmônico aos teus ouvidos; se notares que escolhendo direito ou esquerdo não escapas da ácida crítica, o teu dever será o de te ajustares ao bom senso. Instrui-te com as situações e acumula o aprendizado das horas,
passando a observar bem melhor as circunstâncias que te cercam, para que melhor entendas, para que, enfim, evoluas.

Não te olvides de que ouvimos a voz do Mestre Nazareno, há distanciados dois milênios, a dizer-nos: No mundo só tereis aflições...

Conhecedores dessa realidade, abrindo a alma para compreende que a cada dia basta o seu mal..., tratarás de te recompor, caso tenhas te deixado ferir por tantos petardos, quando o ideal teria sido agir como o bambuzal diante da ventania. Curvar-se, deixar passar o vendaval, a fim de te reergueres com tranquilidade, passando o momento difícil.

Há de fato, dias difíceis, duros, caracterizando o teu estádio de provações indispensáveis ao teu processo de evolução. A ti, porém, caberá erguer a fronte buscando o rumo das estrelas formosas, que ao longe brilham, e agradecer a DEUS por poderes afrontar tantos e difíceis desafios, mantendo-te firme, mesmo assim.

Nos dias difíceis da tua existências, procura não te entregares ao pessimismo, nem ao lodo do derrotismo, evitando alimentar todo e qualquer sentimento de culpa, que te inspirariam o abandono dos teus compromissos, o que seria teu gesto mais infeliz.

Põe-te de pé, perante quaisquer obstáculos, e sê fiel aos teus labores, aos deveres de aprender, servir e crescer, que te trouxeram novamente ao mundo terrestre.

Se lograres a superação suspirada, nesses dias sombrios para ti, terás vencido mais um embate no rol dos muitos combates que compõem a pauta da guerra em que a terra se encontra engolfada.

Confia na ação e no poder da luz, que o Cristo representa, e segue com entusiasmo para a conquista de ti mesmo, guardando-te em equilíbrio, seja qual for ou como for cada um dos teus dias.