sexta-feira, 28 de outubro de 2016

A prática do silêncio


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919 - Qual o meio mais eficaz para nos melhorarmos nesta vida e resistirmos às solicitações do mal?
R: Um sábio da antiguidade vos disse: Conhece-te a ti mesmo.
(O Livro dos Espíritos)

***

O mundo encontra-se incrivelmente barulhento e o motivo disso encontra-se no fato das pessoas estarem constantemente fugindo de si mesmas.

As pessoas não páram, agem, falam e pensam desgovernadamente, isto porque parar significa entrar em contato consigo e confrontar seu eu mais íntimo, seus vícios e suas fraquezas.

Ora, não se deve ter medo de confrontar-se e de se conhecer, estamos aqui porque ainda temos defeitos, isto é fato! Portanto, não se deve ter medo de descobrir que temos defeitos, porque isto já o sabemos. Mas é preciso conhecer especificamente nosso íntimo e nossos defeitos, porque só então poderemos corrigí-los e evoluir.

O "remar de acordo com a maré" em nada conduz à felicidade.

Por que as pessoas permanecem acomodadas no ruim, ao invés de buscarem melhorar? De fato, é difícil e sofrido ver nossos defeitos, mas é extremamente prazeroso superá-los. Permanecer acomodado é simplesmente aceitar que irá passar por um sofrimento certo, seguir contra os ensinamentos do Cristo conduz sem exceção ao sofrimento, a Lei de Causa e Efeito está aí para provar-nos. Lutar para melhorar, ao contrário, é saber que o sofrimento que ora passamos tem prazo certo para acabar.

Portanto, silencia... entra em contato contigo... conhece-te... concede-te a oportunidade de progredir...

aliança com o "homem velho"

Reforma íntima sem martírio - aliança com o "homem velho"





6. O Grande Aliado
Ao invés de ser contra o que fomos, precisamos aprender uma relação pacífica de aceitação sem conformismo a fim de fazer do “homem velho” um grande aliado no aperfeiçoamento.
(...)
13. Meditação da Amizade com o Homem Velho
A inimizade com o homem velho é extremamente prejudicial ao desenvolvimento dos valores divinos, porque gastamos toda energia para combater-nos e não para talhar virtudes e conquistar nossa sombra.
Do Livro Reforma Intima Sem Martirio- Ermance Dufaux
Devemos buscar boas atitudes, devemos buscar bons pensamentos, devemos buscar sermos melhores e não vivermos para combater nossos defeitos, o que só gera dor e angústia.

Percebam que há grande diferença entre aprender a ter boas atitudes e lutar contra os próprios defeitos. Quando lutamos contra os próprios defeitos concentramo-nos neles, mantemo-nos no padrão vibratório deles, e nos violentamos porque acabamos num ciclo vicioso do qual não conseguimos sair, nem achar a solução, porque não é nos defeitos que está a solução. Quando, ao contrário, estudamos e praticamos boas ações, naturalmente vamos aos poucos deixando de repetir as antigas falhas, mudamos nosso padrão vibratório e mudamos nosso íntimo sem luta, sem dor, sem martírio.

Em outras palavras, conhecer nossos defeitos deve apenas servir para nos orientar os estudos e às práticas das boas ações.

Para se deixar de praticar algo é preciso praticar outra coisa em seu lugar, de forma que o caminho não é nos preocuparmos com o que não devemos fazer e sim aprendermos o que deveríamos estar fazendo. 

"Não é exterminar o mal em nós, e sim fortalecer o bem que está adormecido na consciência."

Queridos irmãos, para corrigirmos nossas imperfeições é preciso conhecê-las e para conhecê-las é preciso aceitá-las. Quando não nos aceitamos é muito doloroso conhecer e confrotar a fundo nossas imperfeições, de forma que as análises que fazemos, porque impregnadas por emoções negativas, acabam muito distorcidas, tornar-se impossível uma visão clara acerca de nós mesmos. Em outras palavras, quando não nos aceitamos, não conseguimos exercer o "conhece a ti mesmo" e, sem nos conhecermos, como poderemos saber em que é preciso mudar?

Portanto, deixemos de lado de uma vez por todas esse repúdio por nós mesmos, essa luta contra o que somos e aceitemo-nos, de forma que com auxílio do nosso "homem velho", tornemo-nos cada vez mais um "homem novo". 

Tenhamos, pois, como terceiro postulado básico a celebração de uma aliança com nosso "homem velho".


Que Deus nos ilumine agora e sempre,
muita paz!

Reforma íntima sem martírio - celebração das vitórias

(...) a memorização e valorização das pequenas vitórias de cada dia haverão de nos trazer incentivo e discernimento na dilatação da crença da perfeição, a qual todos nos destinamos. Semelhante tarefa exigirá que utilizemos, ilimitadamente, o autoperdão na construção mental da auto-aprovação, porque, se não nos aprovamos nas faltas cometidas, caminhamos para o desamor para nós próprios atraindo fracasso.
(...)
Em uma guerra perde-se muitas batalhas, como é natural ocorrer. O que não se pode é desistir de vencê-la; esquivemos, portanto, da vaidade de querer vencer todas as batalhas e assumamos a posição íntima do bom combatente, aquele que sabe respeitar seus limites e jamais desistir de lutar.
(...)

Nunca esqueça que mais importante que a severidade da disciplina com nossas imperfeições é a alegria que devemos cultivar com nossos pequenos triunfos e nossas tenras qualidades. Alegria é fonte de motivação e bem-estar para todos os dias.
Do Livro- Reforma Intima em Martirio- Ermance Dufaux

 

Como vimos, a reforma íntima demanda tempo, não mudamos de uma hora para outra, de forma que cada vitória, ainda que pequena, precisa ser celebrada, porque é mais um passo em nossa caminhada evolutiva. 

Valorizemos nossas qualidades já adquiridas, concentremo-nos no que há de bom em nós e, assim, ganharemos força para continuar. 

Se não acreditarmos em nós, se não reconhecermos que, embora não seja na velocidade que queremos, estamos sim conseguindo mudar, não veremos os resultados de nossos esforços e aí sim a reforma íntima passará a ser um fardo quase insuportável de carregar. Se não vemos melhoras não obstante nossos esforços, estes logicamente perdem todo o sentido e o propósito, levando ao desânimo, ao desespero, às doenças.  

Quando, ao contrário, celebramos e nos alegramos com uma vitória, ainda que pequenina, passamos a ansiar por mais.

Além do mais, o reconhecimento das vitórias passa também pela prática do autoconhecimento, pois apenas quando conseguimos enxergá-las é que sabemos que encontramos e estamos no caminho certo para o progresso evolutivo.  Recusar-se, pois, a reconhecer os pequenos progressos é recusar-se a encontrar o caminho para a reforma íntima. De fato, quando não vemos resultados positivos para os nossos esforços, acreditamos que estamos sempre errados e, não conseguindo vislumbrar a solução, passamos a andar em círculos na busca de uma saída. 

É preciso, pois, celebrar cada pequeno progresso e recomeçar e reerguer-se com indulgência, autoamor e autoperdão a cada nova queda.

Nas palavras de Cícero Pereira, autor do prefácio do livro: "ter noções claras sobre as conquistas interiores, mesmo que pouco expressivas, é valoroso núcleo mental de motivação para a continuidade da empreitada da renovação. Por sua vez, não dar valor aos passos amealhados é permitir a expansão do sentimento de impotência e menosprezo aos esforços que já temos encetado."

Portanto, que nosso quarto postulado básico seja a valorização e a celebração de nossas qualidades e vitórias.

Dessa forma, queridos irmãos, temos quatro postulados básicos que acreditamos serem o ponto de partida para uma reforma íntima sem martírio, os quais, uma vez assimilados, nos darão forças, ânimo e fé para procedermos aos nossos processos evolutivos, superando os obstáculos e sempre nos reerguendo diante das quedas, evitando lutas, dores e sofrimentos inúteis, que só prejudicam nossa evolução. 

Logicamente, existem diversas outras orientações e outras premissas para o processo de reforma íntima, a exemplo do amor ao próximo, do trabalho caridoso, da crença no melhor, enfim, longe estamos de esgotar o tema e nem temos tamanha pretensão, até porque não podemos perder de vista nosso segundo postulado, ou seja, a reforma íntima consiste em um processo gradual, portanto, paremos com essa ânsia por conhecer tudo a um só tempo! 

Que Deus nos ilumine agora e sempre,
muita paz!

Felicidade e Merecimento por Ermance Dufaux


“(...) e o que semeia em abundância,
em abundância também ceifará” 
II Corintios, 9:6
  

Anote alguns caminhos para construir tua felicidade:
A superação das culpas.
O perdão incondicional.
O desapego de bens e afetos.
A consciência tranqüila.
Amar o trabalho.
Descansar somente o necessário.
Interessar pelo esclarecimento.
Aprender a gostar de si.
Erguer a caridade em teus passos
O bem do próximo.
O conhecimento de si.
A fé no futuro.
A paciência com o progresso pessoal.
A instrução libertadora.
O gesto incomum pelo bem de alguém.
O esquecimento das quedas
A vitória sobre os impulsos.
A tolerância incondicional com todos.
A fraternidade nas relações.
O dever bem cumprido.
A ausência do desânimo.
O otimismo incansável.

Como vemos, felicidade não é acontecimento de sorte ou escolha do destino.
É uma conquista do esforço permanente pela melhoria de si mesmo perante o próximo, a vida e Deus.
Felicidade é a soma do bem que semeamos, portanto, uma questão de merecimento
.

Emoções que Curam

O amor ao próximo é a alma dos princípios cristãos.
A lei universal de amor nos permite e convida-nos à ação consoladora em favor das necessidades de nosso próximo. Entretanto, a ação no bem, por si mesma, não representa a cura pessoal.
Estender a mão que apoia e enxugar lágrimas são roteiros insubstituíveis de solidariedade e bondade a que todos somos chamados para propiciar o bem alheio, a cura e a redenção, entretanto, são caminhos individuais e intransferíveis, frutos do merecimento e do trabalho pessoal.
Quando o Mestre orientou os apóstolos para "curarem toda a enfermidade", antes de tudo, estava propondo a ação curativa de si mesmos e assim nasceriam para o amor; porque amar é construir relações afetivas capazes de fazer florescer o melhor de cada um de nós, dilatando o poder individual de cura e de iluminação interior.
Quem ama acolhe sua própria sombra interior com tão rica bondade, que conquista o poder de um descobridor de talentos de quantos se encontrarem à sua volta. Quem ama tem luz no olhar e destaca sempre o bem e a riqueza íntima de todos.
Embora consideradas emoções que causam sofrimentos, à luz do amor, podemos transformar a tristeza e a mágoa, o medo e a culpa, o orgulho e a inveja em adubos nutrientes no canteiro da alma, produzindo farta colheita de frutos. Estas são emoções que curam e, nessa transformação, reside o poder da cura pessoal.
A tristeza é um convite para o melhor ajustamento à realidade.
A mágoa é uma dor que nos sacode para que descubramos velhas ilusões no campo mental.
O Medo é um amigável indicador de que queremos responder acertadamente aos desafios, requisitando de nós mesmos maior preparo e atenção.
A culpa é uma exigente orientadora que nos convoca a rever crenças e valores.
O orgulho é uma força que, bem orientada, torna-se pilar da autoestima.
A inveja é uma pista concreta sobre talentos adormecidos nos recessos profundos da inteligência.
Curar não significa eliminar a parcela de sombra pertinente às nossas atitudes, pois nos porões sombrios da vida mental existem terrenos férteis para a semeadura em favor da iluminação da consciência.
Louvemos a vida e a oportunidade que nos foi entregue de curadores de nós próprios nas bênçãos da reencarnação e comecemos o quanto antes a cuidar do enfermo que está dentro de cada um de nós, promovendo-nos à condição de saudáveis filhos de Deus.
Esse trabalho interior de recuperação é um resultado de três ciclos que amadurecem a experiência emocional e psíquica. O 1º: o autoconhecimento; o 2º: a autotransformação; o 3º: o autoamor.

Livro: Emoções que Curam
Wanderley Oliveira / Ermance Dufau

quarta-feira, 19 de outubro de 2016

PSICOSFERA

Do livro : Reforma Íntima Sem Martírio
pelo espirito Ermance Dufaux


"Sede indulgentes, meus amigos, porquanto a indulgência atrai, acalma, ergue, ao passo que o rigor desanima, afasta e irrita.”
 - José, espírito protetor- Bordéus, 1863.
O Evangelho Segundo Espiritismo

"No Universo tudo é vida e transformação. Leis imutáveis regem a harmonia através do regime de unidade. A vida do homem em sociedade, submetida a essas leis naturais, respira nesse engenho divino que destina os seres à evolução. A ordem que preside tais fenômenos,  é regida por princípios de atração e repulsão que esculpem, pouco a pouco, os valores morais dignificadores da vida interpessoal.


O pensamento é força energética com cargas vigorosas e, o sentimento dá-lhe qualidade e vida, tornando o psiquismo humano o piso de formação dos ambientes em todo lugar.
Tomando por comparação as teias dos aracnídeos, criadas para capturar alimentação e se defenderem, a mente humana, de modo similar, tem seu campo mental de absorção e defesa estabelecido pelo teor de sua radiação moral.  Quanto moralizado, mais resistente é o circuito de imunidade da aura, preservando o homem das agressões naturais de seu ecopsiquismo e selecionando o alimento mental vitalizador do equilíbrio de todo o cosmo biopsíquico.
Estudo da formação das psicosferas explica-nos a razão de muitas sensações e incômodos, claramente percebidos pelas criaturas na rotina de seus afazeres junto aos ambientes da convivência social. Enxaquecas repentinas, náuseas, tonturas e alterações de humor com irritações, são possíveis episódios que podem ter origem na natureza psíquica dos ambientes.


Evidentemente, os locais de nossa movimentação serão sempre o resultado da soma geral das criações que nele imprimimos, colhendo dessa semeadura somente os frutos que guardem semelhança com a qualidade das sementes que espalhamos. Os ambientes são o espelho do que somos.
Faz-se necessário destacar que a palavra mal conduzida tem sido uma das mais freqüentes formas de fragilizar nosso sossego interior e, consequentemente, o exterior.
Vemos, frequentemente, pessoas preocupadas com o mal que o outro pode lhe fazer, temerosas com os olhos gordos que lhes infundem fantasias místicas e sentimentos inferiores em relação a alguém, entretanto, ignoram que os seus grandes inimigos são os próprios comportamentos, que assim, atraem o mal pra si mesmo. Somos sempre os únicos responsáveis por nós. O homem na Terra encontra-se tão habituado a denegrir o outro que não é capaz de avaliar o mal que faz a si mesmo com essa atitude.


Essa necessidade humana de destacar o mal alheio, encobre quase sempre, o desejo de rebaixar o outro e causar-nos a ilusória sensação de superioridade, uma maquinação milenar do orgulho nos recessos da mente. O que precisamos aprender é sondar os nossos sentimentos quando falamos de alguém.
O desenvolvimento da indulgência cria focos de atração e interesses e fazem as pessoas sentirem-se calmas e benquistas ao nosso lado.
Zelemos pelos nossos ambientes tornando-os saudáveis para conviver.
É preciso edificar a nossa  psicosfera com emanações de saúde e paz !
Isso é uma construção nossa.”

Em que ponto da evolução nos encontramos ?

Do livro: Reforma Íntima Sem Martírio - por Ermance Dufaux


"Segundo a ideia falsíssima de que lhe não é possível reformar a sua própria  natureza, o homem se julga dispensado de empregar esforços para se corrigir dos defeitos em que de boa vontade se compraz, ou que exigiriam muita perseverança para serem extirpados."
(Hahnemann - Paris, 1863 - O Evangelho Segundo Espiritismo)


Em que ponto da evolução nos encontramos ?

"Pergunte a um aprendiz espírita de larga vivência doutrinária se tem noções claras sobre a origem de sua reencarnação; indague-se, de outros, se conhecem os objetivos essenciais de suas metas reencarnatórias, ou ainda consulte-os sobre o que esperam para si depois do trespasse carnal! Quase sempre ouviremos respostas evasivas, próprias da infância espiritual que ainda assinala nossa caminhada rumo à maturidade.
De onde viemos, para onde vamos e a razão da vida no corpo quase sempre são apenas informações sem aprofundamento. Nem sempre conhecer os aprofundamentos filosóficos significa conscientização. Temos noção de espiritualidade, compete-nos agora construir o caminho pessoal de espiritualização, proceder à aquisição das vivências singulares, únicas e incomparáveis, estritamente individuais a que somos chamados na linha do crescimento e da ascensão.
Conhecemos as bases filosóficas, falta-nos saber filosofar, aprender a pensar, tornarmo-nos agentes transformadores de nossa história.
Isso é educação!


Discípulos sem conta, tomados de ilusão e personalismo, acreditam serem depositários de virtude e grandeza, tão somente, em razão de possuírem alguns chavões espíritas para todas as questões que tangenciam os problemas humanos. Utilizando-se de reencarnação, mediunidade e todo o conjunto de fundamentos filosóficos, postam-se como decifradores circunstanciais de enigmas da vida alheia, entretanto, nem para si mesmo possuem suficiente esclarecimento na edificação da paz interior. Não aprofundam nos dramas íntimos que carregam em si próprios, quando então são compelidos pela dor e pela frustração diante do labirinto de seus problemas, a pensar e repensar as suas lutas.


Renovação é trabalho lento e progressivo, sendo que isso não significa morosidade ou estacionamento em desfavor a si mesmo.
Crenças enfermiças tem tomado conta da vida mental de muitas criaturas que se permitem acreditar não serem capazes de vencer-se.
Imprescindível elastecermos noções sobre o estágio em que nos encontramos, para administrarmos com mais sabedoria e equilíbrio o conflito que se instala em nosso íntimo entre o que devemos fazer, o que queremos fazer e o que podemos fazer.
Em verdade, apenas iniciamos o serviço de auto-aprimoramento. O trajeto das poucas conquistas que amealhamos foi realizado, preponderantemente na horizontalidade dos valores cognitivos.
Somente agora damos os primeiros passos para a verticalização em direção às habilidades da consciência de si no terreno dos sentimentos.
Mas ainda existe muita vertigem provocada pelo orgulho em razão de nossa pouca competência em nos auto-avaliar. Em muitos de nós, nos labirintos doutrinários, se esconde o desejo infantil de tomarmos de assalto a angelitude instantânea.

Desejando santificação, muitos aprendizes da Nova Revelação descuidam de pequenas lições educativas da ascensão passo a passo, vivendo uma reforma idealizada e não sentida.
Entre a angelitude e a hominalidade existe a semeadura fértil da humanização.
Reforma íntima é o serviço gradativo da instauração das virtudes celestes e a aquisição da consciência desse tesouro, o qual todos somos convocados a tomar posse perante a lei natural do progresso.
Isso requer a capacidade de criar o bem em nós mesmos pela fixação dos valores novos.
Estamos aprendendo a descobrir nossas sombras para transformá-las. Essa é uma etapa do processo.
Convém-nos, portanto, laborar para outras etapas também que é a de aprender a fazer luz e a construir a harmonia interior. "

Fé, combustível do ato de viver.

Do livro: Prazer de Viver
Ermance Dufaux


Fé, combustível do ato de viver.


"Por vezes sucessivas, após desenlace carnal, deparamos com o remorso e, mais recentemente, alguns de nós, com o arrependimento sincero.
Renascemos trazendo impresso na alma um ansioso desejo de recomeço. Chegando à vida física, encontramos com as frustrações necessárias. Caímos no desapontamento e, por fim, na rebeldia, negando-nos a aceitar nossas necessidades espirituais.
Surgem os conflitos com o corpo, a sociedade, a profissão e a família. Em verdade, o maior adversário somos nós mesmos. A resistência declarada em aceitar quem somos.


Instala-se nesse passo um terrível estado de insatisfação crônica com a vida.
Sentimentos de culpa, tristeza e medo delineiam estados mentais doentios de punição, perfeccionismo e baixa auto-estima, conduzindo-nos aos dramas dolorosos da angústia e da depressão – um verdadeiro leque de mutações emocionais.
Raríssimas pessoas escapam de semelhante ‘roda da vida’.
Carma não é por fora, é por dentro de nós.
As insatisfações de fora espelham a rebeldia interior.
A vida por fora reflete programações da vida mental.
Surge de dentro o que temos no exterior. Velhos momentos mentais alicerçados em crenças e valores.
Pela forma como reagimos aos episódios da existência, determinamos o curso dos prazeres e desgostos de nossas vidas.


O rebelde, por exemplo, agrava seus passos em autênticos torvelinhos de emoções perturbadoras.
Rebeldia significa relutância, teimosia e inconformação.
Estreito limite existe entre o  caráter patológico da rebeldia e esse aspecto que alguns tomam como qualidade.
O rebelde paralisa. O corajoso avança.
O rebelde sofre. O corajoso liberta-se.
Uma personalidade rebelde debate-se intimamente, tem baixíssimo nível de tolerância às frustrações e uma conduta irritável.
Uma personalidade corajosa ultrapassa sua zona mental de conforto com moderação e lucidez.
Na rebeldia, experimentamos estados psíquicos como a arrogância e a descrença.
Na arrogância, nossa maior ilusão é não aceitar o eu real em detrimento do eu ideal.
A descrença traz a paralisia da depressão que nos aprisiona no catre da ausência de sentido para a vida.
O arrogante se vê além do que é. O descrente foge de quem é.
Ambos, arrogantes e descrentes, são pessoas que temem ardentemente a queda, o fracasso, o desacerto.

Rebeldia é resultante da ausência de habilidade em movimentar o mais sublime patrimônio conferido a todas as criaturas: a fé.
Lembrando que a fé está para além de um sistema de crenças, ela é a ação benfeitora do espírito para com o próprio espírito.
A fé é o combustível do ato de viver. A energia interior que vem das profundezas da alma para equilibrar nossa mente e nos nutrir com a energia da vida.
A luz escondida que necessita ser colocada no velador.
  O contato com a energia da fé desperta o estado de otimismo, confiança e estimula o foco da ação no presente, sem as agonias com o futuro ou os descontentamentos do passado.
Estar no presente significa viver, ter sentido para continuar um dia após o outro na busca consciente por metas e motivações.
Fé é base da vida em toda parte. "