sexta-feira, 28 de outubro de 2016

Reforma íntima sem martírio - celebração das vitórias

(...) a memorização e valorização das pequenas vitórias de cada dia haverão de nos trazer incentivo e discernimento na dilatação da crença da perfeição, a qual todos nos destinamos. Semelhante tarefa exigirá que utilizemos, ilimitadamente, o autoperdão na construção mental da auto-aprovação, porque, se não nos aprovamos nas faltas cometidas, caminhamos para o desamor para nós próprios atraindo fracasso.
(...)
Em uma guerra perde-se muitas batalhas, como é natural ocorrer. O que não se pode é desistir de vencê-la; esquivemos, portanto, da vaidade de querer vencer todas as batalhas e assumamos a posição íntima do bom combatente, aquele que sabe respeitar seus limites e jamais desistir de lutar.
(...)

Nunca esqueça que mais importante que a severidade da disciplina com nossas imperfeições é a alegria que devemos cultivar com nossos pequenos triunfos e nossas tenras qualidades. Alegria é fonte de motivação e bem-estar para todos os dias.
Do Livro- Reforma Intima em Martirio- Ermance Dufaux

 

Como vimos, a reforma íntima demanda tempo, não mudamos de uma hora para outra, de forma que cada vitória, ainda que pequena, precisa ser celebrada, porque é mais um passo em nossa caminhada evolutiva. 

Valorizemos nossas qualidades já adquiridas, concentremo-nos no que há de bom em nós e, assim, ganharemos força para continuar. 

Se não acreditarmos em nós, se não reconhecermos que, embora não seja na velocidade que queremos, estamos sim conseguindo mudar, não veremos os resultados de nossos esforços e aí sim a reforma íntima passará a ser um fardo quase insuportável de carregar. Se não vemos melhoras não obstante nossos esforços, estes logicamente perdem todo o sentido e o propósito, levando ao desânimo, ao desespero, às doenças.  

Quando, ao contrário, celebramos e nos alegramos com uma vitória, ainda que pequenina, passamos a ansiar por mais.

Além do mais, o reconhecimento das vitórias passa também pela prática do autoconhecimento, pois apenas quando conseguimos enxergá-las é que sabemos que encontramos e estamos no caminho certo para o progresso evolutivo.  Recusar-se, pois, a reconhecer os pequenos progressos é recusar-se a encontrar o caminho para a reforma íntima. De fato, quando não vemos resultados positivos para os nossos esforços, acreditamos que estamos sempre errados e, não conseguindo vislumbrar a solução, passamos a andar em círculos na busca de uma saída. 

É preciso, pois, celebrar cada pequeno progresso e recomeçar e reerguer-se com indulgência, autoamor e autoperdão a cada nova queda.

Nas palavras de Cícero Pereira, autor do prefácio do livro: "ter noções claras sobre as conquistas interiores, mesmo que pouco expressivas, é valoroso núcleo mental de motivação para a continuidade da empreitada da renovação. Por sua vez, não dar valor aos passos amealhados é permitir a expansão do sentimento de impotência e menosprezo aos esforços que já temos encetado."

Portanto, que nosso quarto postulado básico seja a valorização e a celebração de nossas qualidades e vitórias.

Dessa forma, queridos irmãos, temos quatro postulados básicos que acreditamos serem o ponto de partida para uma reforma íntima sem martírio, os quais, uma vez assimilados, nos darão forças, ânimo e fé para procedermos aos nossos processos evolutivos, superando os obstáculos e sempre nos reerguendo diante das quedas, evitando lutas, dores e sofrimentos inúteis, que só prejudicam nossa evolução. 

Logicamente, existem diversas outras orientações e outras premissas para o processo de reforma íntima, a exemplo do amor ao próximo, do trabalho caridoso, da crença no melhor, enfim, longe estamos de esgotar o tema e nem temos tamanha pretensão, até porque não podemos perder de vista nosso segundo postulado, ou seja, a reforma íntima consiste em um processo gradual, portanto, paremos com essa ânsia por conhecer tudo a um só tempo! 

Que Deus nos ilumine agora e sempre,
muita paz!

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