quarta-feira, 19 de outubro de 2016

Em que ponto da evolução nos encontramos ?

Do livro: Reforma Íntima Sem Martírio - por Ermance Dufaux


"Segundo a ideia falsíssima de que lhe não é possível reformar a sua própria  natureza, o homem se julga dispensado de empregar esforços para se corrigir dos defeitos em que de boa vontade se compraz, ou que exigiriam muita perseverança para serem extirpados."
(Hahnemann - Paris, 1863 - O Evangelho Segundo Espiritismo)


Em que ponto da evolução nos encontramos ?

"Pergunte a um aprendiz espírita de larga vivência doutrinária se tem noções claras sobre a origem de sua reencarnação; indague-se, de outros, se conhecem os objetivos essenciais de suas metas reencarnatórias, ou ainda consulte-os sobre o que esperam para si depois do trespasse carnal! Quase sempre ouviremos respostas evasivas, próprias da infância espiritual que ainda assinala nossa caminhada rumo à maturidade.
De onde viemos, para onde vamos e a razão da vida no corpo quase sempre são apenas informações sem aprofundamento. Nem sempre conhecer os aprofundamentos filosóficos significa conscientização. Temos noção de espiritualidade, compete-nos agora construir o caminho pessoal de espiritualização, proceder à aquisição das vivências singulares, únicas e incomparáveis, estritamente individuais a que somos chamados na linha do crescimento e da ascensão.
Conhecemos as bases filosóficas, falta-nos saber filosofar, aprender a pensar, tornarmo-nos agentes transformadores de nossa história.
Isso é educação!


Discípulos sem conta, tomados de ilusão e personalismo, acreditam serem depositários de virtude e grandeza, tão somente, em razão de possuírem alguns chavões espíritas para todas as questões que tangenciam os problemas humanos. Utilizando-se de reencarnação, mediunidade e todo o conjunto de fundamentos filosóficos, postam-se como decifradores circunstanciais de enigmas da vida alheia, entretanto, nem para si mesmo possuem suficiente esclarecimento na edificação da paz interior. Não aprofundam nos dramas íntimos que carregam em si próprios, quando então são compelidos pela dor e pela frustração diante do labirinto de seus problemas, a pensar e repensar as suas lutas.


Renovação é trabalho lento e progressivo, sendo que isso não significa morosidade ou estacionamento em desfavor a si mesmo.
Crenças enfermiças tem tomado conta da vida mental de muitas criaturas que se permitem acreditar não serem capazes de vencer-se.
Imprescindível elastecermos noções sobre o estágio em que nos encontramos, para administrarmos com mais sabedoria e equilíbrio o conflito que se instala em nosso íntimo entre o que devemos fazer, o que queremos fazer e o que podemos fazer.
Em verdade, apenas iniciamos o serviço de auto-aprimoramento. O trajeto das poucas conquistas que amealhamos foi realizado, preponderantemente na horizontalidade dos valores cognitivos.
Somente agora damos os primeiros passos para a verticalização em direção às habilidades da consciência de si no terreno dos sentimentos.
Mas ainda existe muita vertigem provocada pelo orgulho em razão de nossa pouca competência em nos auto-avaliar. Em muitos de nós, nos labirintos doutrinários, se esconde o desejo infantil de tomarmos de assalto a angelitude instantânea.

Desejando santificação, muitos aprendizes da Nova Revelação descuidam de pequenas lições educativas da ascensão passo a passo, vivendo uma reforma idealizada e não sentida.
Entre a angelitude e a hominalidade existe a semeadura fértil da humanização.
Reforma íntima é o serviço gradativo da instauração das virtudes celestes e a aquisição da consciência desse tesouro, o qual todos somos convocados a tomar posse perante a lei natural do progresso.
Isso requer a capacidade de criar o bem em nós mesmos pela fixação dos valores novos.
Estamos aprendendo a descobrir nossas sombras para transformá-las. Essa é uma etapa do processo.
Convém-nos, portanto, laborar para outras etapas também que é a de aprender a fazer luz e a construir a harmonia interior. "

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