quarta-feira, 3 de fevereiro de 2016

AMEALHANDO TESOUROS


Não são poucos aqueles que gastam boa parte de sua energia e de seu tempo a buscar tesouros, acumular riquezas.
Está no sonho de muitos ter uma vida abastada, uma condição financeira vantajosa, um estilo de vida cercado de conforto e, não raro, de luxo.
Para tanto, investe-se o tempo, os recursos, a energia, tudo o que for necessário, em nome da carreira, do sucesso, do retorno financeiro.
Planos detalhadamente são elaborados, metas são traçadas e parte-se para a busca e a conquista do mundo.
E, tão envolvidos nos achamos nessa conquista, que nos esquecemos de que, a qualquer momento, podemos ser chamados de retorno ao lar, à nossa verdadeira pátria, ao mundo espiritual.
Nada há de errado em ter como meta o sucesso profissional, em desejar uma posição social confortável, em buscar ganhos financeiros de grande monta.
O fruto do trabalho honesto e bem conduzido é digno do trabalhador, que a ele faz jus.
O que ocorre é que, muitas vezes, ao encetar tal viagem na conquista do mundo externo, esquecemos o quão passageiro e efêmero ele é, o quanto ele efetivamente representa para nossa vida.
Ora deixa-se a convivência familiar em busca de experiências profissionais melhor remuneradas. De outra feita, as reuniões fraternas não contam com nossa presença, posto que nossas ocupações não nos permitem.
Não raro, o brincar com o filho, ou o nosso passatempo predileto, ou ainda a diversão descompromissada, tudo perde espaço para novas responsabilidades assumidas.
Caminhamos como se tivéssemos que conquistar o mundo e nos esquecemos de que não há desafio maior do que o de se autoconquistar.
Preocupamo-nos em demasia com aquilo que nos rodeia e nos esquecemos da nossa intimidade.
Assim, faz-se necessário pararmos vez ou outra a fim de nos perguntarmos quais são os tesouros que estamos amealhando nesta vida.
Se nossa vida física se concluísse hoje, o que levaríamos conosco?
De tudo que conseguimos nesta vida, de todos os tesouros, quais ficariam nos cofres do mundo e quais conseguiríamos levar conosco, no cofre do coração?
Jesus nos alertou sobre os tesouros que deveríamos efetivamente buscar, ensinando-nos sobre a condição passageira da vida física e da grandiosidade da vida espiritual.
* * *
Verifiquemos quais os valores e quais caminhos vêm percorrendo nossos passos, nesta viagem chamada vida.
Se nos conscientizarmos de que somos uma alma sob experiências na vida física, e não um corpo no qual habita uma alma, necessário que nossos valores e nossas opções sejam coerentes com quem efetivamente somos.
Viver no mundo, buscar suas alegrias e prazeres saudáveis, seus desafios e conquistas, é lícito e salutar.

O que não vale a pena, efetivamente, é perdermo-nos nas coisas do mundo, iludindo-nos exclusivamente com pertences e valores materiais.

segunda-feira, 1 de fevereiro de 2016

AUTO CONFIANÇA E AUTO AMOR


    Como é lindo o amanhecer na terra do cruzeiro! Pássaros cantam, o sol brilha, as folhas da natureza balançam! Que a energia deste sol seja fonte de vida, para cada criatura que 
compõe a obra divina do nosso Pai amoroso! Hoje filhos, minhas letras sentiram a necessidade de trazer a todos um sentimento que assola muitos de vocês! Quantos filhos se encontram angustiados, querendo mudar tudo, sem saber por onde começar? Quantos pensam que o responsável por este sentimento é o chefe, o emprego, o casamento, os filhos rebeldes? Quantos oram e choram pedindo que Deus e Jesus lhes indiquem o caminho certo para acabar com as dores, as angustias e a insatisfações? Bem filhos, hoje aqui estou para indicar este caminho tão procurando! Trazer as palavras que ninguém diz, que são trocadas por "Na Hora certa tudo se ajeita".

    Frase madura e verdadeira! Só faltou acrescentar que quem faz a hora somos nós e quem tem o poder de tudo ajeitar também somos nós! Então filhos amados e amargurados, seja qual for o caminho a escolher, nas experiências da encarnação, nenhum deles terá encontrado o sentimento desejado se cada filho não buscar se encontrar consigo mesmo. A saciedade para este sentimento que corroe as entranhas, que traz sensação de desânimo antes do início e faz com que desejo após desejo não sejam suficientes para chegar à satisfação se chama "falta de amor próprio".

    Precisamos encarar o espelho da realidade espiritual, enxergar nossos potenciais,  arregaçar as mangas para trabalhar por si próprio. Vejam que a profissão e o dinheiro, a vida que pensamos que precisamos mudar para resolver nossas angustias, não terão a menor importância para solucionar suas insatisfações. Muda-se de emprego ou não, não vai mudar o tormento e a angustia que brota em cada âmago inquieto. O certo e o errado não esta fora, esta dentro.

    O que vai gostar ou deixar de gostar de fazer é simples: Nada vai satisfazer se não mudamos nossa condição espiritual. Não existe nenhum filho encarnado que tenha prioridades sobre o outro, existe sim aqueles que trabalham muito e conquistam merecimentos próprios. Pode mudar de emprego, de casa, de cidade, porém nada disso significa cura, somente paliativos. Não vai fazer diferença trocar ou não de emprego, a diferença estará em cada filho aprender a se amar. Nós amamos muito cada um, ajudamos a desenvolver todos os potenciais que possuam. Esses são sufocados com as posturas que vemos daqui, quando dizem eu não quero, eu não gosto.

   Quando saímos desta ilusão podemos constatar que na verdade o que não gostamos nestes momentos é de nós mesmos! As trocas que pensamos ser nosso passaporte para solução simplesmente são a fuga da nossa própria  realidade. Se teu coração pede por mudança, tudo bem, troque, mude, renove,  porém tenha consciência que isso é simbólico, se a  busca e a mudança não for interior, buscando seu auto amor. Se isso não acontecer rapidamente tudo volta, em pouco tempo estaremos querendo trocar tudo de novo. 

     Autoconfiança anda junto com o Auto amor. Seja qual for a opção que fizer, acorde todos os dias buscando luz, se colocando a disposição para fazer o seu melhor no que te espera! A opinião dos outros é terrena, precisamos conviver com todos nossos irmãos, respeitar e amparar sempre, porém o verdadeiro balizador de nossas atitudes é nossa consciência! Então filhos, qual o melhor caminho a escolher quando chegamos a estas encruzilhadas? O melhor caminho para qualquer espírito em evolução é o caminho da Cura! Este é caminho é longo, doloroso, porém muito compensador! Para iniciar neste caminho, cada espírito precisa olhar seu espelho da realidade desprovido de orgulho e se assumir como espírito em evolução, com suas mazelas e suas potencialidades.

   Estaremos sempre prontos para auxiliar, porém tudo depende da sintonia, dos pensamentos que criam nosso próprio lodo, tudo sempre depende de nós! Tenham vontade, força, resignação e busquem suas identidades espirituais! O caminho desta conquista é a cura das nossas emoções! Quando aprendermos a confiar em nós mesmos e a nos amar, esta insatisfação que corroe a alma será substituída pela leveza da brisa e nossos caminhos estarão abertos com a energia seguindo o mesmo fluxo do universo! Assim filhos deixo um questionamento para vocês refletirem em seus dias terrenos: "Quem tem o poder de abrir seus Caminhos?" Pensem filhos e não entreguem a terceiros o poder de transformação que só você pode ativar!


   Fiquem em Paz , estudem , pratiquem e divulguem o Evangelho, este é o caminho que leva a cura! Que o amor incondicional de Maria inunde seus dias!.

Irmão Jose

EDUCAÇÃO PARA O AUTO-AMOR

O mais genuíno ato de amor a si consiste na laboriosa tarefa de fazer brilhar a luz que há em nós. Permitir o fulgor da criatura cósmica que se encontra nos bastidores das máscaras e ilusões. Somente assim, escutando a voz de nosso guia interior, nos esquivaremos das falácias do ego que nos inclina para as atitudes insanas da arrogância.

Quando não nos amamos, queremos agradar mais aos outros que a nós, mendigamos o amor alheio, já que nos julgamos insuficientes ou incapazes de nos querer bem.

O resgate de si mesmo há de se tornar meta prioritária das sociedades sintonizadas com o progresso. O bem-estar do homem, no seu mais amplo sentido, se tornará o centro das cogitações da ciência, da religião e de todas as organizações humanas.

Não podemos ignorar fatores de ordem educacional e social que estimulam vivências íntimas da criatura em sua caminhada de aprendizado. As últimas duas gerações que sofreram de modo mais acentuado os processos históricos e coletivos da repressão atingem a meia idade na atualidade. Renasceram ao longo das décadas de cinqüenta e sessenta e se encontram em plena fase de vida produtiva, sofridas pelas seqüelas psicológicas marcantes de autodesamor.

Outro fator, mais grave ainda, são as crenças alicerçadas em sucessivas vidas reencarnatórias que constituem sólida argamassa psicológica e emocional, agindo e reagindo, continuamente, contra os anseios de crescimento íntimo. O complexo de inferioridade é a condição cármica criada pelo homem em seu próprio desfavor.

Nada, porém, é capaz de bloquear ou diminuir o fluxo de sentimentos naturais e divinos que emanam da alma como apelos de bondade, serenidade e elevação. Nem a formação educacional rígida ou os velhos condicionamentos são suficientes para tolher a escolha do homem por novos aprendizados. O self emite, incessantemente, energias sublimadas, a despeito dos fatores sociais e reencarnatórios que agrilhoam a mente aos cadinhos regenerativos do conflito e da dor.

Contra os objetivos da vida profunda, temos forças vivas em nós mesmos como efeitos de nossos desatinos nas experiências pretéritas.

Considerando essa manifestação celeste do ser profundo, compete-nos talhar condições favoráveis para o aprendizado das mensagens da alma. Aprender a ouvir nossos sentimentos verdadeiros, os reclames do Espírito que somos nós mesmos.

O auto-amor é um aprendizado de longa duração. Conectar seu conceito a fórmulas comportamentais para aquisição de felicidade instantânea é uma atitude própria de quantos se exasperam com a procura do imediatismo. Amar é uma lição para a eternidade.

Uma das habilidades que carecemos aperfeiçoar nas relações interpessoais é a arte de ouvir. Mas, da mesma forma que guardamos limitações para ouvir o outro, também não sabemos ouvir a nós mesmos.

Ouvir a alma é aprender a discernir entre sentimentos e o conjunto variado de manifestações íntimas do ser, sedimentadas na longa trajetória evolutiva, tais como instintos, tendências, hábitos, complexos, traumas, crenças, desejos, interesses e emoções.

Escutar a alma é aprender a discernir o que queremos da vida, nossa intenção-básica. A intenção do Espírito é a força que impulsiona o progresso através do leque dos sentimentos. A intenção genuína da alma reflete na experiência da afetividade humana, construindo a vastidão das vivências do coração – a metamorfose da sensibilidade. A conquista de si mesmo consiste em saber interpretar com fidelidade o que buscamos no ato de existir, a intenção magnânima que brota das profundezas da alma em profusão de sentimentos.

Estar em paz consigo é recurso elementar na boa aplicação dos talentos divinos a nós confiados.

Amar-se não significa laborar por privilégios e vantagens pessoais, mas o modo como convivemos conosco. Resume-se na forma como tratamos a nós próprios. A relação que estabelecemos com nosso mundo íntimo. Sobretudo, o respeito que exercemos àquilo que sentimos. A auto-estima surge quando temos atitude cristã com nossos sentimentos.

O amor a si não se confunde com o egoísmo, porque quem tem atitude amorosa consigo está centrado no self. Deslocou o foco de seus sentimentos para a fonte de sabedoria elevação, criando ressonância com o ritmo de Deus. Amar-se é ir ao encontro do si mesmo.

Alguns tópicos para debate:

Responsabilidade – somos os únicos responsáveis pelos nossos sentimentos.

Consciência – o sentimento é o espelho da vida profunda do ser e expressa os recados da consciência. Nossos sentimentos são a porta que se abre para esse mundo glorioso que se encontra oculto, desconhecido.

Ética para conosco – somos tratados como nos tratamos. Como sermos merecedores de amor do outro, se não recebemos nem o nosso próprio?

Juízo de valor – não existem sentimentos certos ou errados.

Automatismos e complexos – o sentimento pode ser sustentado por mecanismos alheios à vontade e à intenção.

Auto-amor é um aprendizado – construir um novo olhar sobre si, desenvolver sentimentos elevados em relação a nós, constitui um longo caminho de experiências nas fieiras da educação.

Domínio de si – educar sentimentos é tomar posse de nós próprios.

Aceitação – só existe amor a si através de uma relação pacífica com a sombra.

Renovação do sistema de crenças – superar os preconceitos. Julgamentos formulados a partir do sistema de crenças desenvolvidas com base na opinião alheia desde a infância.

Ação no bem – integração em projetos solidários. Aquisição de valor pessoal e convivência com a dor alheia trazem gratidão, estima pelas vivências pessoais. Cuidando bem de nós próprios, somos, simultaneamente, levados a estender ao próximo o tratamento que aplicamos a nós. Quando aprendemos a gostar de nós, independente de sermos amados, passamos a experimentar mais alegria em amar. A ética de amor a si deve estar afinada com o amor ao próximo.

Assertividade – diálogo interno. Uma negociação íntima para zelar pelos limites do interesse pessoal. 

Florescer a singularidade – o maior sinal de maturidade. Estamos muito afastados do que verdadeiramente somos.

Ter as rédeas de si mesmo – para muitos o personalismo surge nesse ato de gerir a vida pessoal com independência. Pelo simples fato de não saberem como manifestar seus desejos e suas intenções, abdicam do controle íntimo e submetem-se ao controle externo de pessoas e normas.

Construção da autonomia – autonomia é capacidade de sustentar sentimentos nobres acerca de nós próprios.

Identificação das intenções – aprender a reconhecer o que queremos, qual nossa busca na vida. Quase sempre somos treinados a saber o que não queremos.

Sentir-se bem consigo é sinônimo de felicidade, acesso à liberdade. É permitir que a centelha sagrada de Deus se acenda em nós. Conhecer a arte de manejar caracteres.

(Do Livro “Escutando Sentimentos – a atitude de amar-nos como merecemos”, de Wanderley de Oliveira, pelo espírito deErmance Dufaux)

AMOR A SI MESMO

A síntese proposta por Jesus, em torno do amor, é das mais belas psicoterapias que se conhece: Amar a Deus sobre todas as coisas e ao próximo como a si mesmo.
Ante a impossibilidade de o homem amar a Deus em plenitude, já que tem dificuldade em conceber o absoluto, realiza o mister, invertendo a ordem do ensinamento,amando-se de início, a fim de desenvolver as aptidões que lhe dormem em latência.
Esforçando-se para adquirir valores iluminativos a cada momento, cresce na direção do amor ao próximo, decorrência natural do autoamor, já que o outro é extensão dele mesmo.
Então, finalmente conquista o amor a Deus, em uma transcendência incomparável, na qual o amor predomina em todas as emoções e é o responsável por todos os atos.
O Espírito Joanna de Ângelis, através da mediunidade de Divaldo Franco, apresenta a necessidade primeira de autoamor, como alavanca fundamental para a conquista de todas as esferas desse sentimento supremo.
Mas, de que forma amar a si mesmo?
O como a si mesmo, da proposta de Jesus, é um imperativo que não deve ser confundido com o egoísmo, ou o egocentrismo.
Amar a si mesmo significa respeito e direito à vida, à felicidade que o indivíduo tem e merece.
Trata-se de um amor preservador da paz, do culto aos hábitos sadios e dos cuidados morais, espirituais e intelectuais para consigo mesmo.
É sempre estar fazendo as melhores escolhas para si mesmo, vendo-se como Espírito imortal, sem nunca deixar de respeitar, obviamente, o bem comum.
Quando escolho amar mais minha família, dedicando-me inteiramente aos relacionamentos, cultivando a paciência e a tolerância, estou amando a mim mesmo.
Quando escolho perdoar e deixar de levar comigo o peso de uma mágoa, estou amando a mim mesmo.
Quando escolho aprender, buscando aprimoramento intelectual nas áreas do conhecimento de meu interesse, estou me autoamando.
Quando me aceito como sou e vejo em minhas imperfeições situações temporárias – uma vez que me esforço para corrigir meus erros – estou amando a mim mesmo.
Quando me dedico, diariamente, ao exame de consciência, à meditação, ao autoconhecimento, estou dando provas de amor a mim mesmo.
São exemplos de atitudes, de pensamentos e sentimentos que elevam nossa auto-estima – que é este julgamento que fazemos de nós mesmos – e nos empurram sempre para frente, para a felicidade.
O auto-amor proporciona uma visão mais clara de quem se é, do que se deseja e do que não se deseja para si.
É através dele que estabelecemos metas para nossa existência: metas educacionais, familiares, sociais, artísticas, econômicas e espirituais, pensando em nós não apenas agora, mas nos cuidados para com o futuro.
Somos todos importantes. Criaturas únicas no Universo que buscam a felicidade através do aprender a amar: a si, ao outro e a Deus.
Ame a você mesmo… Enquanto é hoje.

FILHOS

Há um momento, na vida dos pais, em que eles se sentem órfãos. Os filhos, dizem eles, crescem de um momento para outro.
É paradoxal. Quando nascem, pequenos e frágeis, os primeiros meses parecem intermináveis. Pai e mãe se revezam à cata de respostas aos seus estímulos nos rostinhos miúdos.
Desejam que eles sorriam, que agitem os bracinhos, que sentem, fiquem em pé, andem, tudo é uma ansiosa expectativa.
Então, um dia, de repente, ei-los adolescentes. Não mais os passeios com os pais, nos finais de semana, nem férias compartilhadas em família.
Agora tudo é feito com os amigos.
Olham para o rosto do menino e surpreendem os primeiros fios de barba, como a mãe passarinho descobre a penugem nas asas dos filhotes. A menina se transforma em mulher. É o momento dos voos para além do ninho doméstico.
É o momento em que os pais se perguntam: Onde estão aqueles bebês com cheirinho de leite e fralda molhada? Onde estão os brinquedos do faz-de-conta, os chás de nada, os heróis invencíveis que tudo conseguiam, em suas batalhas imaginárias contra o mal?
As viagens para a praia e o campo já não são tão sonoras. A cantoria infantil e os eternos pedidos de sorvetes, doces, pipoca foram substituídos pelo mutismo ou a conversa animada com os amigos com que compartilham sua alegria.
Os pais se sentem órfãos de filhos. Seus pequenos cresceram sem que eles possam precisar quando. Ontem, eram crianças trazendo a bola para ser consertada. Hoje, são os que lhes ensinam como operar o computador e melhor explorar os programas que se encontram à disposição.
A impressão é que dormiram crianças e despertaram adolescentes, como num passe de mágica.
Ontem, estavam no banco de trás do automóvel; hoje, estão ao volante, dando aulas de correta condução no trânsito.
É o momento da saudade dos dias que se foram, tão rápidos. É o momento em que sentimos que poderíamos ter deixado de lado afazeres sempre contínuos e brincado mais com eles, rolando na grama, jogando futebol.
Deveríamos tê-los ouvido mais, deliciando-nos com o relato de suas conquistas e aventuras, suas primeiras decepções, seus medos. Tê-los levado mais ao cinema, desfrutando das suas vibrações ante o heroísmo dos galãs da tela.
Tempos que não retornam, a não ser na figura dos netos, que nos compete esperar.
Pais, estejamos mais com nossos filhos. A existência é breve e as oportunidades preciosas.
Tudo o mais que tenhamos e que nos preencha o tempo não compensará as horas dedicadas aos Espíritos que se amoldaram nos corpos dos nossos pequenos, para estar conosco.
Não economizemos abraços, carícias, atenções, porque nosso procedimento para com eles lhes determinará a felicidade do crescimento proveitoso ou a tristeza dos dias inúteis do futuro.
* * *
A criança criada com carinho aprende a ser afetuosa.
A mensagem da atenção ao próximo é passada pelos pais aos filhos.
No dia-a-dia com os pais, os filhos aprendem que o ser humano, seus sentimentos são mais importantes do que o simples sucesso profissional e todos os seus acessórios.
Em essência, as crianças aprendem o que vivem.

NA HORA DA CRISE

Na hora da crise, emudece os lábios e ouve as vozes que falam, inarticuladas, no imo de ti mesmo. 
Perceberás, distintamente, o conflito.
É o passado que teima em ficar e o presente que anseia pelo futuro. 
É o cárcere e a libertação.
A sombra e a luz.
A dívida e a esperança.
É o que foi e o que deve ser. 
Na essência, é o mundo e o Cristo no coração. 
Grita o mundo pelo verbo dos amigos e dos adversários, na Terra e além da Terra.
Adverte o Cristo, através da responsabilidade que nos vibra na consciência.

Diz o mundo: “acomoda-te como puderes”.
Pede o Cristo: “levanta-te e anda”.

Diz o mundo: “faze o que desejas”.
Pede o Cristo: “não peques mais”.

Diz o mundo: “destrói os opositores”.
Pede o Cristo: “ama os teus inimigos”.

Diz o mundo: “renega os que te incomodem”.
Pede o Cristo: “ao que te exija mil passos, caminha com ele dois mil”.

Diz o mundo: “apega-te à posse”.
Pede o Cristo: “ao que te rogue a túnica cede também a capa”.

Diz o mundo: “fere a quem te fere”.
Pede o Cristo: “perdoa sempre”.

Diz o mundo: “descansa e goza”.
Pede o Cristo: “avança enquanto tens luz”.

Diz o mundo: “censura como quiseres”.
Pede o Cristo: “não condenes”.

Diz o mundo: “não repares os meios para alcançar os fins”.
Diz o Cristo: “serás medido pela medida que aplicares aos outros”.

Diz o mundo: “aborrece os que te aborreçam”.
Pede o Cristo: “ora pelos que te perseguem e caluniam”.

Diz o mundo: “acumula ouro e poder para que te faças temido”.
Diz o Cristo: “provavelmente nesta noite pedirão tua alma e o que amontoaste para quem será?”

Obsessão é também problema de sintonia.
O ouvido que escuta reflete a boca que fala.
O olho que algo vê assemelha-se, de algum modo, à coisa vista.

Não precisas, assim, sofrer longas hesitações nas horas de tempestade.
Se realmente procuras caminho justo, ouçamos o Cristo, e a palavra dele, por bússola infalível, traçar-nos-á rumo certo.

Emmanuel
(In: Religião dos Espíritos - Francisc