segunda-feira, 27 de julho de 2015

A TRANSIÇÃO PLANETÁRIA E AS ENERGIAS COSMICAS

 
A Terra está passando por uma transição na qual energias cósmicas mais potentes e puras começam a permeá-la e a afastar forças negativas que por milênios estiveram aqui instaladas.
 
Conscientemente ou subconscientemente todos sabem de que se trata quando ouvem falar nessa transição e logo pressentem algo que transformará toda a superfície do planeta. Sentem tensão, temor ou depressão à medida que seus antigos valores vão decaindo. Sobretudo nas metrópoles a decadência das bases desta civilização assume grandes proporções, destruindo o ânimo, a harmonia e o equilíbrio, impedindo que haja paz entre os seres e no interior de cada um.
 
Mas é possível estar diante desta transição planetária de forma inteligente, não como vítima, mas como colaborador das energias superiores, radiantes e luminosas que começam a se implantar. Para isso, importa saber que os pensamentos e as emoções estão em geral mergulhados nesse contaminado campo coletivo de tensão e conflito e que, portanto, não são confiáveis.
 
O primeiro passo é o de tomar consciência de que no próprio ser há um núcleo que está acima dos pensamentos normais e das emoções, um núcleo de harmonia estável, que não se deixa abalar por nenhuma situação externa. Trata-se de aspirar ao contato e à identificação com esse núcleo.
 
O segundo passo é o de aprender a frear a mente para impedir sua tendência a envolver-se com os estímulos desarmonizadores que recebe. Esses dois passos — o do reconhecimento do núcleo de paz interior e o do controle da mente — são fundamentais. Ante qualquer situação conflituosa, esses passos têm grande valor.
 
Outro passo essencial é o de não deixar que a inércia se implante no ser. A tensão e a depressão enfraquecem o corpo de energias, o chamado corpo etérico que, se estiver desvitalizado, leva a pessoa à apatia. É indispensável o correto uso da vontade e a realização de atividades evolutivas. Pessoas que estejam passando pelo assédio de forças psíquicas desordenadas ou que tenham sido abaladas por algum choque ou perda não deveriam isolar-se, nem confirmar esse estado, mas sim ir ao encontro de atividades que possam beneficiar os demais.
 
A higiene, a ordem e a harmonia em si próprio e no ambiente são mais importantes do que se pensa, pois evitam o ingresso em estados de caos. Mantê-las é uma espécie de medida preventiva, profilática, que não deve faltar, dado que as forças conflituosas dos níveis psíquicos se sustentam com essas desarmonias. Além disso, diante de instabilidades emocionais ou mentais, o relacionamento com o alimento se desestabiliza: a pessoa tanto pode passar a comer em demasia, na tentativa de compensar a desvitalização — o que não resolve, pois sua causa não é física —, quanto pode perder o apetite, por causa da apatia e do desinteresse pela vida. Em quaisquer circunstâncias, a alimentação simples, sem condimentos excessivos, contribui para a regularização dos ritmos orgânicos.
 
É também fundamental manter sempre a própria independência quanto às opiniões e às ideias circulantes, que em geral só confundem; exemplo disso é a ansiedade que se instala em razão da crença de que a saúde do corpo se perde se não se dorme bem. Se a pessoa não consegue dormir, em vez de se deixar levar por essa ansiedade ou pela angústia, deveria usar criativamente o tempo, realizando alguma tarefa útil e assim buscando disciplinar a atividade mental. Quando desordenada, é ela a principal causa de insônia.
 
Um poderoso auxílio no restabelecimento do equilíbrio é ouvir peças musicais inspiradas. Obras de qualidade elevada são capazes de reorganizar as energias da pessoa e podem ser curativas, tanto quanto uma boa leitura.
 
Essas sugestões são preliminares para viver em paz interior e com sabedoria a época atual. Quando alguém as adota com determinação, pode canalizar e irradiar as energias do porvir num mundo que hoje está desorientado.
 
Enfim, a fé, a autodisciplina e a ausência de especulações mentais levam ao contato com a vida interior, encontro que não pode ser adiado nos tempos que correm

terça-feira, 14 de julho de 2015

LIBERTAÇÃO ESPIRITUAL


Às vezes me preocupava o mecanismo das leis cármicas. Pensava eu que a série de ações e reações se estendesse em espirais infinitas pelo tempo a fora. E isso me parecia contrário à ideia que sempre formulei da justiça divina.

            Se ontem, num momento infeliz de desvario, estrangulei um irmão, alguém teria que me estrangular no futuro, para que se cumprisse a lei. Mas, o novo crime haveria de gerar, fatalmente, uma nova reação, abrindo outro ciclo e assim por diante, “ad infinitum”. De mais a mais, não havia, também, a dureza do “olho por olho, dente por dente”?

            Acontece, porém, que as leis divinas são muito mais sábias e perfeitas do que sonhamos. Ao descer até nós, vindo das mais elevadas esferas espirituais, o Divino Mestre nos trouxe a mensagem da verdade suprema da vida – o amor. E como Ele próprio dizia, não vinha destruir a lei, mas fazê-la cumprir. Não se alterava a substância dos postulados cármicos; ficavam eles, porém, esvaziados do seu conteúdo de inexorabilidade, para adquirirem o suave colorido da reparação.

            Ensinava o Amigo Sublime que só uma atitude poderia quebrar o círculo vicioso: o amor. Na verdade, colocou tão alto o conceito e a prática do amor entre as criaturas, que fez disso a nota dominante, o tema, o “leit motiv” de toda a sua insuperável pregação. A certa altura da vida, com o poder de síntese e de acuidade de que era dotado, no mais alto grau, como se quisesse deixar, numa só ideia, toda a sabedoria da vida – disse simplesmente: “Amai-vos uns aos outros, como eu vos amei.” Já meditou o amigo leitor, com seriedade, na beleza e na profundidade daquela simples frase? Ela contém, não somente o mandamento supremo da lei – que séculos antes havia sido transmitido a Moisés –, como, também, a afirmação de que Ele, o Cristo, viera demonstrar e praticar a verdade do amor e não somente pregá-la. Aqueles que vivessem tal filosofia da vida estariam cumprindo a lei e seguindo os ensinos revelados pelos profetas através das idades.

            Estava o Mestre oferecendo, a cada um de nós, os recursos necessários para que nós mesmos nos libertássemos das imposições do “olho por olho”.

            Bastava amar. Quando nos pedissem para caminhar mil passos, caminhássemos mais dois mil por nossa conta. Se nos batessem em uma face, oferecêssemos a outra. Era lícito perdoar sete vezes? Perguntaram-lhe. Não sete, mas setenta vezes sete, foi a resposta.

            Aí está o ponto onde se quebra a corrente cármica, se o desejarmos: na prática do amor e do perdão. Bem sabemos que é mais fácil falar que praticar, enquanto estivermos contidos pela nossa imperfeição, mas se perdoamos àquele que em nós feriu a lei e o ajudamos a recuperar-se, estaremos, por nossas próprias mãos, partindo o círculo de ferro. Se ainda não atingimos a perfeição moral de oferecer a outra face, caminhemos pelo menos a outra milha, os outros dois mil passos, para oferecer a nossa prece em favor daquele que nos ofendeu. Esse gesto talvez represente, nas telas infinitas do tempo, o progresso e a libertação de irmãos aos quais provavelmente devemos tantas outras reparações.

            Graças a Deus, a despeito dos desacertos da época em que vivemos, há bastante beleza moral neste mundo. Muitos espíritos se deixaram impregnar de tal forma por esse perfume de amor e perdão, que imprimiram a marca de sua passagem na História.

            Francisco de Assis, num transbordamento de amor incontido, pregava tanto aos homens como aos humildes seres da criação, procurando atrair todos para a luz. Tereza d’Ávila, em transportes de amor sublimado pelo Mestre, vivia entre este mundo e o outro. Joana d’Arc, sob a pressão desencadeada do poder terreno, não cessou de amar e perdoar. Gandhi, na fragilidade física, era um gigante de força espiritual e moral no seu amor pacifista pelos irmãos deserdados. Albert Schweitzer, mergulhado no coração da selva africana, cura, ensina, educa, ampara, sem outra paga que a satisfação de exercer o amor pelo ser humano.

            Conhecemos, pois, o caminho da recuperação, aquele que leva para o Alto. É preciso rogar forças para que saibamos segui-lo; pedir a Jesus que nos amplie a capacidade de amar e compreender. Não que essa atitude seja de passividade inútil. Não. Amar, no mais puro sentido, é um programa de ação, é um roteiro de lutas, porque implica, em primeiro lugar, o combate ao nosso comodismo através dos milênios. Esse egoísmo cego talvez fosse necessário quando, na meia luz da consciência que despontava em nosso ser, nos distantes períodos encarnatórios, ainda não sabíamos que a vida continua depois da morte. Vivíamos, então, agarrados ferozmente ao corpo físico e às coisas da matéria, e por ela lutávamos, matávamos e roubávamos. Hoje não. Iluminados pela verdade superior, sabemos que o corpo é mero instrumento – e dos mais nobres – de trabalho e de evolução e, por estranho que pareça, quanto mais trabalhamos para os outros, mais realizamos para nós mesmos. Vemos, assim, que o egoísmo se sublimou numa forma superior de sentimento, pois que, por amor a nós mesmos e ao nosso progresso espiritual, somos levados a amar os outros. Então, isto tudo não é belo e maravilhosamente perfeito?

            E quando dizemos que o amor é um programa de trabalho e de luta é porque temos que exercê-lo ativamente, esclarecendo, pelejando contra o erro, ajudando aos que precisam de ajuda, tolerando, enfim, porque essa é a lei que nos oferece a chave da libertação.